Uma equipe de assessores acompanhou a visita do coordenador da Coordenadoria de Desenvolvimento Rural Sustentável (CATI/CDRS) à região de Guaratinguetá onde foram recebidos pelo diretor da CATI Regional Guaratinguetá, Osmar Felipe Junior, e técnicos locais, como os engenheiros agrônomos Vinicius Nascimento e Marcos Martinelli. O objetivo foi conhecer a Colônia Piagui onde as Bacias do rio Guaratinguetá e do Rio piagui se encontram e fornecem água por inundação aos cultivos de arroz. É o último sistema, denominado polder, no Estado de São Paulo, tendo sido construído na década de 1960 para o cultivo de arroz em várzea, por inundação. Atualmente, os descendentes de italianos e alemães que vivem no local cultivam arroz em 1.300ha. A maioria deles está organizada em torno da Cooperativa de Produtores de Arroz do Vale do Paraíba (Coopavalpa), que congrega 70 produtores rurais que se dedicam ao cultivo do arroz no Estado de São Paulo. Segundo Vinícius Nascimento a produtividade média de arroz no local é de sete toneladas por hectare, mas já chegou a nove toneladas.
O presidente da Coopavalpa, Rodolfo Kodel, é um dos descendentes e em sistema de agricultura familiar, ele, a mulher e dois filhos cultivam 100 hectares. A Cooperativa é conhecida dos técnicos da CDRS/CATI desde o início do Projeto Microbacias II – Acesso ao Mercado quando os cooperados se organizaram e com investimento de cerca de R$ 1 milhão, recurso provenientes do Governo do Estado de São e Banco Mundial e contrapartida de cerca de R$ 200 mil dos cooperados, promoveram toda a infraestrutura da Cooperativa com escritório, salas de reuniões, silos para armazenagem. A sede foi construída em terreno cedido pela Prefeitura de Guaratinguetá, essa também uma conquista da organização dos produtores de arroz.
Também adquiriram um laboratório móvel para verificar a qualidade de grãos nas propriedades e, com isso, o preço obtido no mercado ficou melhor. Porém, como conta Rodolfo Kodel, atualmente o grande entrave tem sido o alto custo de produção. “Contamos muito com o apoio do técnico Vinicius Nascimento (engenheiro agrônomo da CATI/CDRS Regional Guaratinguetá) em trazer inovações, alternativas, tecnologia, e vamos conversando e vendo o que é possível, dentro da realidade de cada produtor, apostar nas tecnologias. Mas é muito bom poder contar com um extensionista tão dedicado e que está sempre ao nosso lado, ajudando, apoiando e orientando na tomada de decisões”, elogia Kodel.
Para Grassi, “é fundamental ir até os locais, ver de perto e ouvir as necessidades e entraves dos produtores em cada cadeia produtiva importante para o agronegócio paulista para poder auxiliar os produtores da melhor forma possível, mais adequada à realidade encontrada em diferentes regiões, com realidades distintas e atividades variadas”. Além da visita aos campos de arroz branco tipo Agulhinha e de uma vista geral da área de cultivo inundado, o grupo fez, também, uma visita à propriedade de Francisco Ruzeni conhecido pela produção de variedade de arroz especial, como o Mini-Piagui Vermelho, um arroz da mesma coloração, que alcança preços diferenciados no mercado devido a um valor agregado à marca Ruzeni.
Festival do Queijo de Cunha – participação da CATI/CDRS
Hora de subir a serra até Cunha, pequeno município no alto da Serra da Bocaina, próximo à divisa com o Estado do Rio de Janeiro. É um município onde predomina a agricultura familiar e tradicional na pecuária leiteira, um local onde os queijos têm ganho cada vez mais qualidade. Parte dessa conquista é creditada ao apoio da Casa da Agricultura local e da CATI Regional Guaratinguetá. O atual diretor da Regional, Osmar Felipe Junior, o Felipinho, já foi chefe da Casa da Agricultura local e prefeito de Cunha por duas vezes, sendo a família bastante conhecida no município e Felipinho, como é chamado por muitos, um profundo conhecedor da região e seus produtores rurais. Atualmente, o chefe da Casa da Agricultura é o engenheiro agrônomo César Gonçalves Afonso Frizo, que tem dado continuidade aos trabalhos de extensão e assistência técnica que há anos vem sendo feito no local, não só relativos à pecuária leiteira, mas também a apicultura, outra atividade bastante presente na região com trabalho relevante da engenheira agrônoma PriscillaMenezes de Souza, que também já esteve no comando da Casa da Agricultura de Cunha, conhece bem a região e suas demandas, e está auxiliando na organização do Festival ao lado de César Frizo. Ou seja, uma equipe experiente e que atua no fortalecimento dos produtores rurais, o que pode ser visto com a realização deste evento, o primeiro de muitos, segundo os organizadores.
No ano de 2020, foram oferecidas várias capacitações on line com grande participação dos produtores de queijo, não só de Cunha, mas de toda região e até de fora do Estado. O objetivo principal da atuação junto à Prefeitura de Cunha foi levar os produtores à adequação do Serviço do Inspeção Municipal (SIM) e posterior adesão ao Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Sisbi-POA) que tem o objetivo de padronizar e harmonizar os procedimentos de inspeção de produtos de origem animal garantindo a inocuidade e a segurança alimentar dos produtos comercializados. O Sisbi permite que os queijos de Cunha ganhem novas distâncias e ultrapassem as fronteiras revertendo em ganho econômico aos produtores.
O Festival do Queijo de Cunha é um evento aberto, que teve início no dia 10 de novembro com programação, entre palestras e oficinas, que irá até o próximo domingo, 14 de novembro. O coordenador Alexandre Grassi e o grupo de técnicos que o acompanha nesta visita aos municípios da área de atuação da CATI/CDRS Regional Guaratinguetá, foram recebidos pelo prefeito José Eder Galdino da Costa na Câmara Municipal e, a seguir, visitaram um dos locais onde, como parte da programação, ocorrem as oficinas. Entre as palestras oferecidas no primeiro dia esteve a do extensionista César Frizzo, que abordou “Como gerir seu negócio de queijo”. A programação completa pode ser vista na arte/convite do evento, basta acessar: https://www.festivaldoqueijodecunha.com.br/
A próxima parada foi um retorno à Regional para uma reunião com todos os técnicos da área de atuação da CATI/CDRS Regional Guaratinguetá que congrega 18 municípios da região. Para diretor e técnicos essa possibilidade de estar in loco nas regiões e conhecer as especificidades de cada uma das 40 Regionais CATI/CDRS é muito importante. “Um momento de debater sobre os problemas, abordar possíveis soluções, de trocar experiências e falar sobre a realidade dos produtores destas localidades que por si só, já são bastante variadas e complexas”, finalizou Osmar Felipe Junior.
Por Carol
Fonte: Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo