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Fazenda em Mato Grosso do Sul é a primeira a receber certificado carne carbono neutro

O protocolo de rastreabilidade Carne Carbono Neutro, desenvolvido pela Embrapa Gado de Corte e gerenciado pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), certificou a primeira propriedade rural brasileira, localizada em Santa Rita do Pardo (MS).

O protocolo começou em 2020 com pesquisas da Embrapa Gado de Corte e com o Frigorífico Marfrig. O selo valoriza o mercado interno e aumenta a visibilidade da carne brasileira com potencial para ampliar as exportações do produto.

O Carne Carbono Neutro trabalha os sistemas de integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) e Lavoura-Pecuária (LP) para neutralizar os gases de efeito estufa emitidos pelo processo produtivo da bovinocultura de corte. O foco é a pastagem como fonte principal de alimento do rebanho, incentivando a recuperação de áreas degradadas.

Na fazenda Santa Verginia, dos 10 mil hectares de integração, mil fazem parte do protocolo. O consultor da fazenda, José Zacarin, explica que a utilização dos sistemas de integração proporciona inúmeros benefícios para o animal e para as árvores. Segundo ele, a propriedade tem 30% de árvores e 70% de pecuária e as árvores criam muitas zonas de sombreamento.

“Os 30% de árvores produzem 50% do equivalente a uma floresta densa. Ou seja, já temos 20% de produção de madeira mais do que uma floresta natural. Nessa sinergia entre árvore e animal, o ganho de peso aumenta. Como o animal usa mais sombra, ele perde menos calor daí ele tem aumento de peso e menos infestação de parasitas”.

Paulo Costa, coordenador de Protocolos de Rastreabilidade da CNA, explica que no portal www.agritrace.com.br o pecuarista pode encontrar as informações sobre a certificação. A CNA acompanha os requisitos da certificação para saber se estão sendo cumpridos.

“Ele pode verificar quais são os requisitos desse protocolo, os certificadores habilitados para fazerem as certificações necessárias em sua propriedade e assim aumentar sua rentabilidade porque, além do rebanho, ele terá uma carne certificada e ao final do ciclo da floresta plantada, ele tem o recurso proveniente da venda do material florestal.”

Segundo um estudo da Embrapa Gado de Corte, 200 árvores por hectare seriam suficientes para neutralizar o metano emitido por 11 bovinos adultos por hectare ao ano.

“O protocolo traz uma série de benefícios tanto da pastagem quanto dos animais, a parte da suplementação, adubação de pastagem, o manejo da altura correta do pasto. Todas essas variáveis são monitoradas durante o processo de produção e também o monitoramento do carbono do solo”, afirmou Roberto Giolo, pesquisador.

Paulo Pianez, diretor de Sustentabilidade da Marfrig, disse que a empresa está desenvolvendo um protocolo de baixo carbono, com o mesmo princípio do Carne Carbono Neutro.

“Nessa integração a gente vai conseguir fazer também com que a carne seja classificada como baixo carbono porque há uma diminuição substancial das emissões de gases de efeito estufa. Isso mostra que é absolutamente possível se ter no Brasil uma pecuária de baixo carbono com uma metodologia científica reconhecida.”

Assista a matéria sobre o tema no programa Nosso Agro:

Fonte: CNA

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