Os resultados das exportações de carne de frango in natura da primeira semana de junho subvertem, pois superam, todo e qualquer desempenho anterior. De acordo com a SECEX/ME, atingiram a marca de 27.717 toneladas diárias, volume que significou aumento de quase 52% sobre o mês anterior e de mais de 82% sobre junho de 2020, dois índices nunca antes registrados.
Porém, tais resultados merecem ser melhor interpretados. Pois a primeira semana do mês (1 a 5) contou com um feriado e apenas três dias úteis. Que, tudo indica, só se aplicam à contabilização dos resultados, não aos embarques efetivos.
Mesmo assim – isto é, supondo-se que as 83.151 toneladas de carne de frango in natura exportadas na semana tenham sido embarcadas no transcorrer de quatro dias, terça a sexta-feira – tem-se um resultado acima da média. Mais exatamente, perto de 20.788 toneladas diárias, que sinalizam para a totalidade de junho (21 dias úteis) o embarque de 436.542 toneladas – perto de 37% a mais que as 319.421 toneladas de junho do ano passado e, principalmente, o maior volume do ano e, aparentemente, o segundo maior da história das exportações brasileiras de carne de frango.
Apesar, no entanto, de todas estas considerações, não se pode descartar a hipótese de ter ocorrido algum equívoco nos dados relativos à carne de frango. É que, no tocante ao preço médio obtido no período, a SECEX/ME aponta US$2.478,71 por tonelada exportada, valor 59% e 95% superior ao que foi registrado no mês passado (cerca de US$1.555/tonelada) e há um ano (perto de US$1.273/tonelada em junho de 2020). Ou seja: ainda que o preço do produto continue em valorização, é improvável ter alcançado esse valor, bastante superior ao máximo já registrado – US$2.266/tonelada em abril de 2013.
Fonte: AviSite