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Com atuação de destaque no universo profissional, ex-alunos da pós-graduação do Instituto de Pesca exaltam qualidade da formação recebida

O caminho de muitos profissionais de sucesso, nas mais variadas áreas, passa por constante aprendizado e aprimoramento. Para quem trabalha com pesca e aquicultura, não é diferente. Seja para atuar no setor público ou privado, conhecimentos sobre espécies cultivadas, métodos de produção e ecossistemas aquáticos são essenciais dentro do campo de atuação. Da mesma forma, estar ciente das pesquisas de ponta desenvolvidas a nível global e desenvolver pensamento analítico podem ser fatores decisivos em determinados caminhos profissionais. É esse tipo de formação que buscam os estudantes que ingressam no Programa de Pós-graduação em Aquicultura e Pesca (PPG-IP), do Instituto de Pesca (IP-APTA), órgão da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo. Hoje profissionais de destaque em suas carreiras, egressos do Programa ressaltam a importância dos aprendizados recebidos na instituição.

“O curso de pós-graduação me deu muita base de pesquisa”, diz o médico veterinário Antonio Mataresio Antonucci, aluno de mestrado do IP entre 2007 e 2009. “Para minha formação acadêmica e profissional, essa base e a seriedade com que todos os profissionais do IP sempre me trataram e conduziram os trabalhos serve de inspiração”. Hoje professor universitário em Sorocaba, Antonucci diz sempre aplicar em suas aulas e na interação com os estudantes aquilo que aprendeu com os pesquisadores no Instituto. “O IP dava muitas oportunidades para que os alunos participassem de eventos, escrevessem artigos, apresentassem trabalhos em simpósios, sem contar que as disciplinas eram bastante voltadas à produção de material didático e apresentação de seminários. Isso facilitou minha conduta atual como professor e o manejo que tenho de aula”, acredita o médico veterinário.

O oceanógrafo Fernando Gonçalves, que esteve no Programa de 2011 a 2013, concorda que o conhecimento sobre o fazer científico é a base dos ensinamentos que os estudantes recebem no curso. “Eu avalio que o programa do IP cumpre com sua missão de capacitar jovens pesquisadores desde a elaboração de um projeto de pesquisa, condução do experimento, análises de dados, discussão e elaboração de um manuscrito até sua publicação em periódico científico. O IP oferta formação de alta qualidade e o fato do curso ser gratuito, promovido por uma instituição pública, torna o programa ainda mais especial”, coloca Gonçalves. Em sua opinião, a capacitação recebida contribuiu grandemente para que chegasse ao seu atual cargo, como pesquisador no Virginia Seafood Agricultural and Extension Center, centro de pesquisa da Universidade Virginia Tech, nos EUA. “Atuo com análises econômicas, de mercado, avaliação de impactos econômicos, legislação e políticas públicas voltadas à cadeia produtiva de pescados”, menciona o oceanógrafo.

Por se tratar de um curso de pós-graduação stricto sensu, a pesquisa científica está no cerne do PPG-IP. Além da formação de recursos humanos, portanto, o curso tem a missão de produzir conhecimento relevante e inovador voltado às áreas de aquicultura e pesca, contribuindo para o entendimento e uso sustentável dos recursos aquáticos. Isso se reflete nos temas dos projetos trabalhados pelos pós-graduandos.

Antonucci desenvolveu seu mestrado com sanidade de organismos aquáticos, dando ênfase à rã-touro. “Nós trabalhamos com pesquisa de parasitos internos e externos e também vírus que acometem os animais e podem causar deficiência em seu crescimento e desenvolvimento, sendo também alguma possível causa-mortis”, declara o médico veterinário, realçando como esse conhecimento produzido poderia contribuir com o setor produtivo.

Na atuação docente, Antonucci diz conseguir aplicar muito do que aprendeu com o projeto, lecionando teoria e prática em cursos de medicina veterinária. “Atuo sempre em medicina veterinária preventiva, com ênfase em parasitologia e microbiologia animal, doenças infecciosas, enfermidades parasitárias e até mesmo inspeção de produtos de origem animal, voltado às áreas de prevenção, parasitologia, saúde pública e zoonoses”, discorre.

Já o projeto de Gonçalves versou sobre alternativas tecnológicas com grande potencial para a aquicultura. “Minha pesquisa foi a avaliação técnica e econômica do cultivo de lambaris em tanques-rede dentro de viveiros de produção de tilápia, oferecendo uma alternativa tecnológica que otimiza o uso de recursos”, indica o oceanógrafo. Ele observa que a atenção dada no Programa à publicação científica é um ponto-chave na preparação dos egressos para atuarem no universo da pesquisa. “Para atuar com pesquisa no Brasil ou em qualquer lugar no mundo, é necessário publicar em inglês em periódicos internacionais revisados por pares”, assegura Gonçalves, enfatizando que o PPG-IP exige fluência na língua inglesa como requisito para ingresso. “Além disso, o corpo docente colabora para que os resultados de pesquisas científicas realizadas pelos mestrandos sejam publicados nesses periódicos internacionais”, completa.

Prata da casa

A trajetória de alguns egressos é, de certa forma, especial. A zootecnista Thaís Moron Machado já havia trabalhado no IP na década de 90 e voltou ao Instituto em 2007 como pesquisadora científica. Poucos anos depois, decidiu cursar o mestrado em aquicultura e pesca. “Eu tinha atuado por 10 anos junto à iniciativa privada. Meu retorno como pesquisadora ao IP foi de muitos desafios, e a pós-graduação contribuiu muito para nortear minhas atividades de pesquisa”, conta.

Em sua pesquisa, Thais desenvolveu o processo de produção de um sucedâneo de caviar, produto de interesse gastronômico obtido a partir de ovas de truta arco-íris, avaliando a viabilidade econômica de sua produção no contexto da agricultura familiar, marcado por baixos recursos hídricos e pequena produção. “A sustentabilidade econômica desta atividade depende da utilização de tecnologias que proporcionem uma maior produtividade e a geração diversificada de produtos de maior valor adicionado”, explica a pesquisadora. “A utilização de ovas de truta arco-íris para produção do sucedâneo de caviar constitui uma opção interessante para o produtor, considerando-se também a responsabilidade ambiental, uma vez que utiliza matéria prima oriunda de cultivo”, pormenoriza. Além dos conhecimentos adquiridos, principalmente na área de viabilidade econômica, Thais alega que a convivência estreita com demais pesquisadores e estudantes durante o curso trouxe muitos ganhos à sua formação profissional.

Programa se estabeleceu como referência na área

Criado em 2004, o PPG-IP desempenha papel relevante na cadeia produtiva pesqueira do Estado de São Paulo. Segundo Marcelo Barbosa Henriques, pesquisador e pró-reitor de Pós-graduação do IP, o Programa é um dos mais importantes e tradicionais na área de aquicultura e pesca do país. “Nestes dezessete anos, o PPG-IP tem sido um dos principais formadores de recursos humanos nessas áreas no Brasil”, defende Henriques. Para ele, o fato de encontrarmos egressos do curso espalhados por todo o território nacional e em outros países reforça seu papel como criador de uma “massa crítica” relevante para o desenvolvimento e consolidação do setor aquícola pesqueiro brasileiro. “A capacitação de recursos humanos na área de pesca e aquicultura é fundamental para subsidiar o crescimento do setor de modo sustentável, o que tem se buscado através das diferentes linhas de atuação do Programa”, detalha o pró-reitor.

A diversidade de objetos de estudo e o olhar multidisciplinar que se busca despertar no pós-graduando são apontados pelo pesquisador como elementos centrais no sucesso do Programa. Além das já citadas, Henriques enumera uma lista de Instituições de renome onde há a presença de egressos da PPG-IP, como Unifesp, Embrapa, Ibama, ICMBio entre outras.  Por fim, o pesquisador diz acreditar que a relação construtiva entre Instituto de pesquisa e estudante é uma via de mão-dupla. “O intercâmbio profissional e a convivência com estudantes graduados foram, ao mesmo tempo, um desafio e uma conquista para os docentes da Instituição. Novos cenários e nichos de pesquisa científica se formaram e passaram a ser explorados”, finaliza Henriques.

Para saber mais sobre o Programa de Pós-Graduação em Aquicultura e Pesca do Instituto de Pesca, acesse https://www.pesca.sp.gov.br/educacao/pos-graduacao

Por Paloma Minke

Fonte: Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo

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