Com um público de mais de 80 pessoas, formado por extensionistas da Secretaria de Agricultura e Abastecimento, produtores e técnicos de prefeituras e empresas ligadas ao segmento agropecuário, a palestra Procedimentos de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose em Bovídeos pelos Produtores Rurais foi organizada pelas Regionais da Coordenadoria de Desenvolvimento Rural Sustentável (CDRS) de Bauru, Jaú e Lins.
Segundo Marina Peres Cavalcanti, médica veterinária da Regional de Bauru, que fez a coordenação técnica do evento, o objetivo da sua realização foi solucionar dúvidas dos participantes sobre a Resolução SAA 02, de 13/1/2020, que atualizou o Programa Estadual de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose (PECEBT) no âmbito do Estado de São Paulo. “O foco do Programa refere-se às obrigações dos produtores rurais em vacinar fêmeas bovídeas contra a brucelose e realizar o diagnóstico indireto dessa doença e da tuberculose. Em conversas com técnicos e produtores identificamos que alguns pontos precisavam ser esclarecidos, para que o controle dessas patologias seja mais eficaz e assertivo”, explica Marina, ressaltando que brucelose e tuberculose bovina são doenças infecciosas de grande impacto para a cadeia da pecuária de bovídeos no Brasil e no mundo, pois, além de determinarem sérios prejuízos diretos e indiretos ao sistema produtivo, são zoonoses (transmissíveis ao homem).
Com essa diretriz, os médicos veterinários Klaus Saldanha Hellwig e Rodrigo de Souza Ferreira, da Coordenadoria de Defesa Agropecuária (CDA), responsáveis pelo Programa na Secretaria de Agricultura e Abastecimento, apresentaram os principais procedimentos que os produtores devem realizar, discutindo de maneira objetiva as particularidades do Programa, destacando a obrigatoriedade da vacinação de bezerras de três a oito meses de idade até o dia 31 de maio, a qual deve ser declarada até o dia 7 de junho de 2021; e os exames que devem ser realizados, anualmente, em todo o rebanho.
“Os participantes foram alertados que, contra a brucelose, a vacinação é administrada em uma única dose nas fêmeas bovídeas dentro dessa faixa etária e não precisa ser repetida no decorrer da vida útil do animal. Os machos não precisam ser vacinados”, explica Marina, reforçando que a vacinação deve ser feita, exclusivamente, por um médico veterinário cadastrado na CDA (relação disponível no site https://www.defesa.agricultura.sp.gov.br/credenciados/), quem emitirá uma declaração para o produtor, o qual posteriormente deve comunicá-la, preferencialmente por meio eletrônico, no sistema informatizado Gestão de Defesa Animal e Vegetal (Gedave): www.gedave.sp.gov.br.
A atualização de informações, principalmente para os extensionistas que atuam nas Casas da Agricultura, foi considerada muito importante para a sensibilização dos produtores quanto à importância desses procedimentos e da penalização do descumprimento. “Em nossa região, verificamos que existem produtores que não estão atentos a esses prazos e nem aos procedimentos, o que compromete a qualidade do leite produzido e também pode impactar no desenvolvimento e na rentabilidade da atividade, pois, no caso dos exames, quem não apresentar o atestado até o dia 30 de junho de 2021, será impedido de comercializar o leite produzido com os laticínios”, ressalta Marina, frisando que o prazo para apresentação do certificado de vacinação nos laticínios e em outros estabelecimentos de processamento de leite é até 7 de junho.
Segundo Marco Aurélio Beraldo, diretor da CDRS Regional Bauru, os participantes classificaram a palestra como sendo de extrema importância, como foi o caso de Paula Fernanda de Souza, da empresa Agrovet, do município de Cerqueira César, que tem a bovinocultura de leite como atividade econômica importante. “A realização dessa palestra está no contexto de ações de um amplo projeto que desenvolvemos há alguns anos na região, em parceria com os técnicos das Regionais de Jaú e Lins, visando ao aprimoramento da atividade leiteira na região, com elevação da qualidade e não apenas da produtividade, principalmente nas propriedades de pequeno porte. Também faz parte do compromisso de uma capacitação contínua sobre assuntos relacionados ao fomento e à consolidação do Serviço de Inspeção Municipal em todas as cidades que compõem a área de atuação das três regionais da CDRS”.
Por Paloma Minke
Fonte: Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo