Em sua edição de 2021, a Semana de Fitoterapia de Campinas, organizada pela Prefeitura Municipal e a Secretaria de Agricultura e Abastecimento, por meio da Coordenadoria de Desenvolvimento Rural Sustentável (CDRS), traz para o debate a importância de conhecer e utilizar de forma adequada as plantas medicinais
Aliando ciência e saber popular tradicional, a Semana de Fitoterapia de Campinas ‒ Professor Walter Radamés Accorsi traz, em sua 18.ª edição, uma programação abrangente, em que os participantes poderão obter mais conhecimento sobre o cultivo e uso de plantas medicinais em palestras ‒ com especialistas renomados no País e representantes do saber popular ‒, rodas de conversa e apresentação de trabalhos técnicos e científicos. Com o tema Plantas Medicinais – A saúde vem da terra, o evento será realizado nos dias 28 e 29 de abril e 5 de maio, exclusivamente em ambiente virtual, no canal da CDRS:youtube.com/c/CDRSagricultura.
“O traço marcante do nosso evento sempre foi a vivência nas atividades e interação entre os participantes. No entanto, com a necessidade de distanciamento social, pelo momento delicado que vivemos de pandemia, transferimos nosso afeto e aguçar de sentidos para o ambiente virtual, pois entendemos que falar e divulgar as plantas medicinais é mais que um dever; é um ato de amor às pessoas que precisam conhecer a sua importância na saúde!”, comenta Maria Cláudia S. G. Blanco, engenheira agrônoma da Divisão de Extensão Rural (Dextru) da CDRS, que integra o Grupo Saberes à Luz do Sol, responsável pela organização da Semana.
Sobre o tema deste ano, a comissão organizadora ressalta que ele foi definido para inspirar os profissionais da saúde e a população a conhecerem as plantas medicinais e as utilizarem de forma segura, com transferência de conhecimento gerado pela ciência e pelos povos tradicionais. “É preciso sempre lembrar às pessoas que, para se ter uma boa saúde, é preciso cultivar bons hábitos e atitudes, os quais visam à harmonização do corpo, da mente e do espírito, pois entendemos que saúde e doença estão relacionadas com a interação do corpo com a mente e do ser humano e com o meio onde vive. Nesse contexto, a fitoterapia permite esse vínculo, pois, além de as ações terapêuticas de diversas plantas utilizadas popularmente serem comprovadas, ela tem sua importância na cultura, pois faz parte do conhecimento tradicional da humanidade, por isso o resgate desses valores culturais aliado aos conhecimentos científicos é recomendado, inclusive, pela Organização Mundial da Saúde (OMS)”, avalia Maria Cláudia, ressaltando que a fitoterapia é uma das práticas integrativas e complementares do Serviço Único de Saúde (SUS), para promoção da saúde de pacientes.
Em sintonia com o momento vivido durante a pandemia, a agrônoma informa que na programação foi incluído um painel que abordará o poder das plantas medicinais (destacando a Artemisiaannua) e a alimentação adequada e saudável para o fortalecimento do sistema imunológico.
O evento é direcionado a um público heterogêneo, que envolve produtores rurais; profissionais das áreas de extensão rural, saúde, educação e assistência social; bem como interessados, de maneira geral, nesse tema que, cada vez mais, ganha adeptos no mundo, como consequência da busca de um estilo de vida mais saudável dos pontos de vista de saúde e alimentação.
Sobre a Semana
A Semana de Fitoterapia de Campinas foi instituída por lei (Lei Municipal n.º 11.385, de 2002) e, desde então, é realizada anualmente. A partir da 3.ª edição, o nome foi alterado para homenagear seu patrono ‒ o engenheiro agrônomo e professor Walter Radamés Accorsi ‒, considerado um dos maiores especialistas em plantas medicinais do mundo. O objetivo de sua realização é informar, sensibilizar, conscientizar e mobilizar a opinião pública sobre o cultivo e o uso de plantas medicinais, divulgando saberes tradicionais e científicos.
O Programa de Fitoterapia de Campinas – implantado em 1990 e oficializado pela Portaria 13/01, de novembro de 2001 – foi um dos pioneiros no Brasil e colaborou para a construção da Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos, criada pelo decreto da presidência da República de n.º 5.813, em 23 de junho de 2006. O objetivo dessa política, segundo Maria Cláudia, “é garantir à população brasileira o acesso seguro e o uso racional de plantas medicinais e fitoterápicos, promovendo o uso sustentável da biodiversidade, o desenvolvimento da cadeia produtiva e da indústria nacional”.
Um pouco sobre fitoterapia
Você sabe o que é fitoterapia? Pois bem, palavra de origem grega resulta da combinação dos termos Phito = plantas e Therapia = tratamento, e, de acordo com dicionários de língua portuguesa, é definido como “tratamento de doenças mediante o uso de plantas”. É uma das mais antigas práticas terapêuticas usadas pelo Homem. Sua origem remonta ao ano 8.500 a.C., assentando-se no conhecimento popular (etnobotânica) e na experiência científica (etnofarmacologia).
Outrora considerada uma medicina popular e alternativa, a fitoterapia, hoje, tem sido cada vez mais usada e reconhecida nos meios médicos e científicos, sobretudo devido a produtos com ação terapêutica comprovada cientificamente. De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa, 2004), fitoterápico é “todo medicamento obtido empregando-se exclusivamente matérias-primas vegetais com finalidade profilática, curativa ou para fins de diagnóstico, com benefício para o usuário”. “É comum dizer que a fitoterapia consiste na utilização externa ou interna de vegetais in natura ou na forma de medicamentos. Para isso, utilizam-se nas preparações diferentes partes da planta, como raiz, casca, flores ou folhas”, explica a agrônoma Maria Cláudia, da Dextru/CDRS.
Por Paloma Minke
Fonte: Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo