Confrontando-se os resultados do abate de frangos inspecionados de 2020 com aqueles registrados 10 anos atrás é possível constatar que em uma década o número de cabeças abatidas sob inspeção aumentou pouco mais de 20%, enquanto o volume de carne de frango delas proveniente registrou incremento de quase 29%, o que denota o aumento no peso médio das aves abatidas – de 2,144kg em 2010 para 2,286 kg em 2020, incremento de 7%.
Na evolução desses abates por Unidade Federativa (UFS), constam somente 21 UFs porque em outras cinco (além do Distrito Federal, os estados do Acre, Amazonas, Roraima e Rio Grande do Norte) os resultados da produção foram omitidos, por conterem menos de três estabelecimentos inspecionados. Nos dados do IBGE não há referência ao Amapá, o que significa que não há no estado qualquer tipo de inspeção no abate de aves.
É possível constatar que, em uma década, houve redução na produção em apenas três estados: Santa Catarina, Rio de Janeiro e Sergipe. E, neste caso, o mais surpreendente (ou, pelo menos, o mais intrigante) é a presença de Santa Catarina nesse grupo.
Em outras palavras, enquanto a produção brasileira inspecionada aumentou perto de 30%, a de Santa Catarina apresentou retração de pouco mais de 7%, desempenho que fez com que sua participação no total abatido nacionalmente recuasse 28%, caindo de 19,3% do total em 2010 para 13,9% em 2020.
Surpreendente, mas não estranho. Pois o que ocorreu foi a migração dos abates de empresas catarinenses para outras UFs. Como, por exemplo, para o Paraná, Mato Grosso do Sul, Goiás e outras UFs. Ou seja: caiu o abate do Estado, nas não o das empresas sediadas em Santa Catarina. Entre as quais se inclui, também, uma cooperativa.
Idêntico raciocínio pode ser aplicado ao Rio de Janeiro, onde a principal empresa local migrou seus abates para São Paulo e Minas Gerais.
Quanto aos aumentos, o mais destacado é, sem dúvida o do Paraná. Que, em uma década, aumentou cerca de 65%, fazendo com que a participação do estado no total nacional subisse de um quarto (25,5%) para quase um terço (32,7%).
De toda forma, é oportuno ressalvar que nem todas as variações de abate registradas implicam em aumento ou redução concomitante da produção da carne de frango. Ou seja: os incrementos, por exemplo, podem ser consequência, sobretudo, do aumento no número de estabelecimentos inscritos nos serviços de inspeção. E vice-versa quanto às reduções.
Fonte: AviSite