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Carla Zambelli é eleita presidente da Comissão de Meio Ambiente

Carla Zambelli (PSL-SP). Foto Cleia Viana/Câmara dos Deputados

Na reunião de eleição, diversos deputados demonstraram preocupação com a gestão ambiental no Brasil

A deputada Carla Zambelli (PSL-SP) foi eleita com dez votos, nesta sexta-feira (12), presidente da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara dos Deputados para um mandato de um ano. Seis deputados votaram em branco.

Ao tomar posse, Zambelli listou como prioridades a bioeconomia, a regularização fundiária com direitos e deveres para os ocupantes da terra, o combate ao desmatamento ilegal, o aumento da segurança jurídica e a universalização do saneamento básico no Brasil. A parlamentar também anunciou que o colegiado trabalhará em conjunto com a Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural.

Nas palavras da nova presidente, o Brasil é exemplo de sustentabilidade para o mundo. “Temos 66% da nossa mata nativa preservada e 84% da Amazônia preservada. Temos a lei ambiental mais restritiva do mundo, uma agricultura de baixo carbono. O Brasil é responsável por menos de 3% das emissões de gases estufa”, afirmou.

Cobranças
Na reunião, diversos deputados pediram comprometimento de Zambelli em relação ao meio ambiente. Mesmo não sendo integrante do colegiado, a deputada Talíria Petrone (Psol-RJ) cobrou um posicionamento contrário da nova presidente a fim de “interromper a boiada que está passando”.

“Queria muito que a gente continuasse tendo essa comissão como espaço de resistência, para fortalecer a proteção da natureza e dos povos tradicionais que dependem da preservação do território para sobreviver”, declarou Petrone. “A lógica do desmonte, que é a lógica do presidente Bolsonaro, da sua base, tem levado a gente a ser chacota internacional. Há uma preocupação internacional de ambientalistas que vêm ao Brasil, que vê sua natureza sendo destruída. Isso leva a sanções econômicas e a entraves internacionais.”

Camilo Capiberibe (PSB-AP), por sua vez, observou que defender o meio ambiente não é ser contra qualquer outra dimensão da vida do País, mas encontrar um equilíbrio entre os diversos setores.

Airton Faleiro (PT-PA) também pediu cuidado com a gestão ambiental. “Se nós cairmos no equívoco e facilitar as coisas, abrindo a porteira para a boiada passar, além de cair em um prejuízo enorme, também cometeremos um ato que não terá apoio da maioria da sociedade. Não é isso que a sociedade brasileira espera dessa comissão. Essa comissão não pode ficar refém do atraso, da lógica depredadora do meio ambiente”, ponderou.

O deputado Nelson Barbudo (PSL-MT), por outro lado, defendeu o desmatamento legal e disse que “o homem precisa sobreviver na Amazônia, utilizando recursos naturais legalmente”. “Precisamos dar sustentabilidade e legalidade ao garimpeiro em Mato Grosso. Até a ascensão de Jair Bolsonaro, o garimpeiro era tratado como bandido”, reclamou.

Carla Zambelli ouviu a todos e disse que pretende dialogar bastante e “chegar ao possível”.

Vice-líder do PSL, o deputado Vitor Hugo (GO) destacou a capacidade, o conhecimento e a inteligência de Carla Zambelli no tema, o que levou a sua indicação para o cargo. “A pauta vai estar muito bem conduzida aqui”, disse o deputado.

Biografia

Gerente de projetos, Carla Zambelli é natural de Ribeirão Preto (SP), tem 40 anos e está em seu primeiro mandato como deputada federal. Na Câmara, ela foi vice-líder do PSL e do governo. Também integrou como titular diversas comissões permanentes e especiais, como a da Prisão em 2ª Instância (PEC 199/19).

Fundadora do movimento Nas Ruas, Zambelli militou em favor do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff. A parlamentar também publicou o livro Não foi Golpe – Os bastidores da luta nas ruas pelo Impeachment de Dilma. 

Vice-presidências

Carla Zambelli assume a presidência da Comissão de Meio Ambiente em sucessão ao deputado Rodrigo Agostinho (PSB-SP). Ele disse ter certeza de que a deputada vai dar continuidade ao trabalho do colegiado.

“O mundo inteiro olha para o Brasil por conta da sua biodiversidade e por conta da importância de suas florestas”, afirmou Agostinho. “Estamos perdendo de oito a dez cidades, do tamanho da cidade de São Paulo, por ano com o desmatamento.”

Na mesma reunião que elegeu Zambelli, também foram escolhidos os deputados Coronel Chrisóstomo (PSL-RO), Carlos Gomes (Republicanos-RS) e Carlos Henrique Gaguim (DEM-TO) para ocupar, respectivamente, a 1ª, a 2ª e a 3ª vice-presidências.

Uma nova reunião da Comissão de Meio Ambiente já foi marcada para a próxima quinta-feira (18).

Fonte: Agência Senado

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