SÃO PAULO (Reuters) – A produção de soja do Brasil deve alcançar 136 milhões de toneladas na safra 2020/21, estimou a consultoria IHS Markit à Reuters nesta terça-feira, ao elevar em 3 milhões de toneladas sua projeção, à medida que o desempenho da lavoura em alguns Estados compensa perdas em Mato Grosso e Paraná.
A perspectiva para a área semeada no maior país produtor e exportador global da oleaginosa foi mantida em 38,55 milhões de hectares.
“Mato Grosso e Paraná infelizmente tiveram alguns problemas no caminho, o potencial de produtividade vai ficar aquém do ano passado, mas não será tão ruim quanto se esperava”, disse o analista de mercado da consultoria Aedson Pereira, citando os dois principais produtores de soja e que foram afetados pela seca no início do plantio e excesso de chuvas na colheita.
Em contrapartida, ele afirmou que áreas de Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e Matopiba –região agrícola composta por Maranhão, Tocantins, Piauí e oeste da Bahia– têm potencial para atingir uma safra de soja muito boa.
“No oeste da Bahia, por exemplo, as condições estão muito favoráveis. Voltou a chover lá e essa chuva que acontece agora é em um momento bem importante para o desenvolvimento da lavoura. São pontos que estão redesenhando a dinâmica da produção nacional”, disse.
Outro grande diferencial tende a ser o Rio Grande do Sul. Pereira lembrou que o plantio ocorreu mais tarde nas lavouras gaúchas, mas nos meses de janeiro e fevereiro as chuvas alcançaram o Estado e ajudaram muito o desenvolvimento da safra.
Ele ainda disse que a previsão para o Rio Grande do Sul é que o clima continue ameno e benéfico para os cultivos de soja, “então a perspectiva é que o Estado tenha um crescimento até acima do esperado”.
“Depois de diversos problemas climáticos, no frigir dos ovos, a safra brasileira caminha para apresentar cenários bem favoráveis de produção, com situações em alguns Estados que compensam as do outro”, acrescentou.
Por Nayara Figueiredo
Fonte: Reuters