Normalmente, iniciada a segunda quinzena do mês (muitas vezes, até antes), os preços do frango abatido retroagem em relação à primeira quinzena. Mas – fato raro, senão inédito – na terceira semana de 2021 (17 a 23 de janeiro) os preços do produto apresentaram ligeira reação, valorizando-se 5,74% em relação à média da semana anterior.
Claro, boa parte disso tem a ver com as altas do boi e da carne bovina – praticamente contínuas nas três primeiras semanas de 2021, enquanto o frango abatido registra preços inferiores aos do mês anterior, o que aumenta sua competitividade junto ao consumidor final.
Mas boa parte da valorização obtida tem, apenas, características tributárias. Ou seja: os abatedouros paulistas tentam repassar aos elos finais da cadeia parte de majoração que sofreram no recolhimento do ICMS a partir de meados de janeiro corrente.
Naturalmente, vai ser preciso muito mais, pois os valores até aqui alcançados permanecem quase 2% aquém dos de dezembro passado, enquanto comparativamente a janeiro de 2020 registram ganho de apenas 17,63%, índice muito aquém dos custos de produção, que aumentaram mais de 45% para o frango vivo e devem ter aumentado muito mais para o abatido, devido às medidas impostas pela pandemia.
Por seu lado, o frango vivo, mesmo operando em mercado fraco e por isso sujeitando-se, em alguns casos, a preços inferiores ao valor de referência – manteve a cotação de R$4,30/kg alcançada em meados de dezembro passado. Tende a completar, neste final de mês, seis semanas consecutivas com a mesma cotação.
Aos valores atuais, a ave viva alcança preço quase 3,6% inferior ao de dezembro passado, enquanto em 12 meses obtém “valorização” de pouco mais de 35%. Mas essa “valorização” vai entre aspas porque, no mesmo período, o custo de produção aumentou mais de 45%.
Fonte: AviSite