A greve de três dias havia causado preocupações no país, desesperado pelas receitas em dólares obtidas com as exportações (Imagem: REUTERS/Agustin)
Agricultores argentinos encerraram uma greve de vendas de três dias nesta quarta-feira, pouco antes do momento originalmente marcado, após o governo do país ter eliminado um limite de 30 mil toneladas por dia para as exportações de milho e concordado em liberar os embarques.
O limite às exportações, que havia sido imposto no início da semana, gerou críticas dos agricultores, que afirmaram que a medida prejudicaria a produção local. A Argentina é a terceira maior exportadora de milho do mundo, além de maior fornecedora global de farelo de soja.
O teto de 30 mil toneladas diárias para os embarques de milho veio após uma decisão do governo de suspender todas as exportações da commodity em janeiro e fevereiro, que foi tomada no final de dezembro e teve vida curta. Segundo o Ministério da Agricultura da Argentina, os limites tinham como objetivo garantir ampla oferta doméstica de alimentos e preços acessíveis.
No entanto, três grandes associações agrícolas do país –conhecidas pelas siglas em espanhol CRA, FAA e SRA– se opuseram à medida, afirmando que não há escassez de milho na Argentina e que limitar as exportações aumentaria a incerteza.
“Foi demonstrado claramente que o limite às exportações de milho era um erro”, disse em entrevista coletiva o presidente da SRA, Daniel Pelegrina, acrescentando que “nosso objetivo foi alcançado.”
A curta greve de vendas promovida pelos agricultores não teve efeito nas exportações argentinas, segundo a câmara CIARA-CEC, que reúne processadores de oleaginosas e empresas agroexportadoras.
Como parte de um acordo negociado com as entidades rurais na terça-feira, o Ministério da Agricultura suspendeu o limite diário de exportação e formou uma comissão para monitorar os preços internos do milho.
A greve de três dias havia causado preocupações no país, desesperado pelas receitas em dólares obtidas com as exportações em momento em que enfrenta uma longa recessão e as consequências econômicas da pandemia de Covid-19.
Fonte: Reuters