Depois da queda no preço do leite pago ao produtor em novembro/20, as cotações subiram no pagamento realizado em dezembro/20, que remunera o leite entregue no mês anterior.
A média nacional ponderada dos dezoito estados pesquisados pela Scot Consultoria registrou alta de 1,0% na comparação mensal.
O aumento é reflexo da oferta mais ajustada de leite na safra deste ano no Brasil Central e região Sudeste, em função dos atrasos nas chuvas e condições ruins das pastagens naquela oportunidade, bem como os custos de produção pesando mais no bolso do produtor.
No Sul do país, em especial em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul, a oferta de leite para os laticínios também foi prejudicada pelo clima mais adverso (falta de chuvas em novembro), o que ajudou na sustentação do mercado de leite e derivados em dezembro, quando historicamente os preços do leite ao produtor caem.
No mais, o pico de produção nos estados das regiões Sudeste e Centro-Oeste normalmente ocorre em dezembro ou janeiro, mas nesta temporada, de atrasos na recuperação das pastagens, a previsão é de que os maiores volumes sejam registrados em janeiro/21.
Do lado da demanda por leite e derivados, houve uma maior procura pelo varejo no mercado atacadista (indústrias) na primeira quinzena de dezembro, para este se abastecer para as festas de final de ano.
No entanto, a movimentação no atacado foi bem menor na segunda quinzena, com boa parte do varejo já abastecido. Por outro lado, aumentou a demanda na ponta final da cadeia na segunda metade do mês, com a população indo as compras para as festas de final de ano.
A demanda maior foi por leite condensado, creme de leite e queijos. Já o escoamento de leite fluido (UHT e pasteurizado) e leite em pó nos supermercados se mostrou mais fraco, como ocorre sazonalmente neste período do ano.
Para o pagamento a ser realizado em janeiro de 2021, referente a produção entregue em dezembro/20, o viés do mercado é de manutenção a queda nos preços do leite ao produtor, com 58% dos laticínios pesquisados pela Scot Consultoria apontando para manutenção nos preços do leite ao produtor, 27% das indústrias estimando queda das cotações e 15% falando em alta no preço do leite.
Além da produção aumentando com mais força nas regiões Centro-Oeste e Sudeste do país, com a melhoria das condições das pastagens, sazonalmente, janeiro é um mês de demanda ruim por produtos lácteos, com as férias e festas de final de ano.
Apesar da expectativa de o viés de baixa ganhar força no pagamento a ser realizado em janeiro/21 (produção de dezembro/20), no Brasil Central e no Centro Sul, alguns laticínios apontam para alta no preço pago ao produtor, em função da produção de leite mais ajustada, prejudicada pelo clima adverso (falta de chuvas), principalmente.
Fonte: Scot Consultoria