Os preços do açúcar encerraram a última semana em queda nas principais bolsas internacionais, refletindo, segundo analistas ouvidos pela Reuters, a “aversão de investidores a ativos de risco nos mercados financeiros e pelo ressurgimento de especulações sobre os subsídios da Índia às exportações do adoçante”.
Em Nova York, o açúcar bruto negociado na ICE, fechou em queda de 23 pontos no vencimento março/21, cotado em 14.43 centavos de dólar por libra-peso. Já a tela para maio/21 foi negociada em 13.78 cts/lb, desvalorização de 19 pontos. Os demais contratos caíram entre 9 e 13 pontos.
Já o açúcar branco, negociado em Londres, fechou em baixa de 5,80 dólares no vencimento março/21, negociado em US$ 395,80 a tonelada. A tela para maio/21 fechou cotada em US$ 391,60 a tonelada, recuo de 4,40 dólares no comparativo com a véspera. Os demais contratos caíram entre 1,30 e 3,20 dólares. A exceção foi o contrato agosto/22 que subiu 50 cents de dólar na tonelada.
Segundo analistas ouvis pela Reuters, “um operador afirmou que embora o açúcar tenha permanecido em um intervalo limitado recentemente, apesar de seus movimentos diários, há cada vez mais conversas indicando que as commodities agrícolas voltarão a ganhar terreno no ano que vem, em meio à desvalorização do dólar, inflação, La Niña e forte demanda chinesa”.
Para Arnaldo Luiz Corrêa, diretor da Archer Consulting, “o mercado tem se comportado como um ioiô, tentando com a ajuda dos fundos especulativos – sem sucesso – sobreviver acima dos 15 centavos de dólar por libra-peso, mas encontrando forte resistência por parte dos fundamentalistas”.
“O Brasil continua inundando de açúcar o mercado internacional. No mês de novembro embarcou quase 3.1 milhões de toneladas colocando o acumulado de doze meses (dezembro/19-novembro/20) em 29.46 milhões de toneladas, o maior nível desde setembro de 2017. Nesta safra, o total acumulado é de 23.68 milhões de toneladas (abril-novembro), 10 milhões de toneladas de açúcar a mais do que o mesmo período anterior, que foi de 13.2 milhões de toneladas. Isso não é uma inundação, é um tsunami de açúcar. O País tem substituído as ausências de Tailândia e outros produtores com larga margem”, afirmou Corrêa em sua análise semanal do açúcar.
Mercado doméstico
No mercado interno o açúcar cristal sofreu uma forte perda na última sexta-feira, registrando uma desvalorização de incríveis 5,74%, negociado em R$ 105,53 a saca de 50 quilos, de acordo com o Indicador Cepea/Esalq, da USP.
Por Rogério Mian
Fonte: Agência UDOP de Notícias