O dólar começou a semana em queda ante o real, com as operações domésticas seguindo a fraqueza da moeda norte-americana no exterior, mas a cotação fechou longe das mínimas da sessão, conforme investidores pesaram incertezas sobre aprovação de novos estímulos nos Estados Unidos em meio a persistente desconforto relacionado ao coronavírus.
O dólar à vista caiu 0,64% nesta segunda-feira, a 5,6055 reais na venda. A divisa oscilou entre queda de 1,31% (para 5,5675 reais) e alta de 0,10% (para 5,647 reais).
No exterior, o dólar cedia 0,29% no fim da tarde, depois de perder 0,53% na mínima da sessão.
O real revezou com o peso chileno a ponta de cima na lista de moedas em alta frente ao dólar nesta sessão. O mercado se apegou a comentários feitos no domingo pela presidente da Câmara dos Deputados dos EUA, Nancy Pelosi.
Segundo ela, embora permanecessem diferenças com o governo do presidente Donald Trump sobre um amplo pacote de alívio ao coronavírus, seria possível aprovar o estímulo antes das eleições.
Mas as incertezas sobre o “timing” de alcance de um acordo deram o tom na parte da tarde, já que, segundo Pelosi, para a aprovação de um texto antes das eleições seria preciso um acordo até terça-feira. Em Wall Street, os índices de ações abandonaram altas de mais cedo e fecharam em queda de mais de 1%, segundo dados preliminares.
Após o fechamento dos mercados, o porta-voz de Pelosi afirmou que a presidente da Câmara dos EUA espera que até terça haja “clareza” sobre se será possível aprovar um estímulo antes da eleição e que ela e Mnuchin estão reduzindo as diferenças.
No plano doméstico, o real segue afetado por incertezas no campo fiscal, o que fica evidente no tombo de 28,41% da moeda em 2020 –pior desempenho entre os principais pares.
Analistas do Morgan Stanley notaram que o real sofreu na semana passada o maior corte de posições compradas –ou seja, aquelas que ganham com a valorização da divisa brasileira– na América Latina e em relação à semana anterior.
“Seguimos neutros no real, devido aos elevados riscos no noticiário e a um potencial aumento da volatilidade antes das eleições nos EUA”, disseram analistas do banco em nota. Eles ponderam, contudo, que a “história de crescimento” do Brasil segue atrativa, o que pode beneficiar a moeda.
Fonte: Reuters