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Bayer vai comprar carbono de produtores rurais brasileiros

A nova líder da unidade brasileira da multinacional global Bayer, Malu Nachreiner revelou que uma das mudanças que a companhia terá em 2021 é a aplicação de um projeto piloto que visa neutralizar as emissões de carbono no em suas atividades no país. Para isso, a empresa pretende comprar carbono de seus clientes produtores rurais.

Malu é a primeira mulher a comandar a divisão agrícola da Bayer no Brasil. O projeto piloto de carbono neutro, segundo ela, é uma parceria com a Embrapa, que também já anunciou, recentemente o seu programa de neutralização de carbono.

“A companhia vai caminhar no rumo da sustentabilidade e vamos buscar a neutralização [de carbono]. Vamos comprar carbono dos nossos clientes”, declarou a executiva, que participou na manhã desta quinta-feira (24/9) de um café da manhã com a imprensa.

Para ela, o mundo e o agronegócio passam por uma mudança considerável de seus cenários, e os produtores rurais e as empresas que atuam no setor têm ferramentas tecnológicas para participar ativamente deste novo mundo.

“Primeiro, devemos lembrar que o país está caminhando a passos largos em vários segmentos e um deles é a legislação ambiental. O nosso Código Florestal é um dos mais rigorosos do mundo e é nele que devemos focar. O produtor que está na ilegalidade não é aquele que nos interessa”, afirmou.

Segundo a executiva, a área de barter da companhia (metodologia de compra de grãos com base de troca) tem atuado fortemente no quesito sustentabilidade para evitar que produtores rurais que desmatam ou que estejam em situações ilegais façam negócios com a companhia e ainda, para auxiliá-los no adequamento à legislação ambiental. “O Projeto Carbono vai acompanhar ainda mais a questão ambiental, a regularização das propriedades, o cumprimento do Código Florestal”, disse.

Em relação à tecnologia, Malu destaca que o produtor rural brasileiro, apesar das dimensões continentais do país e áreas sem cobertura digital, já está preparado para atuar no agro 4.0. “Por outro lado, temos um produtor tecnificado, que está adentrando o mundo virtual de forma acelerada. Tecnologia é um jogo de velocidade, ganha quem chega na frente e nós, brasileiros, estamos na frente”.

Ela ainda cita plataformas tecnológicas novas da companhia. “O produtor rural brasileiro está preparado, sim, para todas essas propostas tecnológicas, muita além dos americanos, por exemplo”, disse, citando um estudo da consultoria McKinsey. “Estamos em uma fase de experimentação, de aprendizado, mas é um caminho sem volta, que só vai acelerar”.

Nova safra

Para a próxima safra, Malu diz que a companhia está otimista, apesar das ameaças de atrasos de plantios devido à falta de chuvas em algumas regiões. “O potencial da safra que está começando é muito positivo e o panorama externo também”, afirmou.

“A relação China e Estados Unidos é uma oportunidade muito interessante para o produtor brasileiro e, se o agronegócio do Brasil vai bem, toda a sociedade também ganha. A entrada de safra 2020/2021 e a safrinha 2021 deve ser muito boa, com aumento considerável do milho safrinha” – Malu Nachreiner, líder da Bayer no Brasil.

Por Viviane Taguchi

Fonte: Revista Globo Rural

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