Combustível renovável é economicamente vantajoso para os motoristas de São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso, Goiás e, pela primeira vez desde 2018, do Distrito Federal
Os destaques sobre o preço do etanol na semana de 16 a 22 de agosto:
- Preço médio da gasolina subiu 0,8% e o do etanol, 0,47%
- Na média nacional, o preço do renovável correspondeu a 65,2% do valor de comercialização do fóssil
- O consumo de etanol é economicamente vantajoso para os motoristas de São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso e do Distrito Federal
- O preço do etanol nos postos subiu em 12 estados e no Distrito Federal, caiu em 13 e se manteve no Amapá
- O renovável novamente subiu nas usinas de Mato Grosso, Goiás e São Paulo
A relação entre o preço médio do etanol e da gasolina nos postos novamente bateu o recorde de competitividade para o biocombustível em 2020. Com as variações observadas nas bombas de todo o país, o indicador chegou a 65,2%, valor mais baixo desde a segunda semana de agosto de 2019.
A queda de 0,31% no índice – que é considerado comercialmente favorável para o etanol quando está abaixo de 70% – aconteceu devido ao maior aumento nas bombas do combustível fóssil em relação às de renovável.
Enquanto o preço médio do etanol passou de R$ 2,769 por litro para R$ 2,782/l, um aumento de 0,47%, a gasolina subiu 0,8%, passando de R$ 4,234/l para R$ 4,268/l.
No caso do biocombustível, por mais que o efeito tenha sido leve, o aumento nos postos acompanhou o visto nas usinas. De acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq-USP, o hidratado subiu 4,09% em São Paulo, 2,32% em Mato Grosso, e 2,53% em Goiás.
Variação nos estados
De acordo com os dados da ANP, na semana de 16 a 22 de agosto, o preço médio do etanol registrou aumentos em 12 estados e no Distrito Federal, quedas em 13 e novamente manutenção no Amapá. Já a gasolina só apresentou quedas em sete estados.
Com as variações observadas no período, o consumo do biocombustível é economicamente vantajoso para os motoristas de Goiás, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso e, pela primeira vez desde outubro de 2018, Distrito Federal.
Em São Paulo, estado que mais produz e consome etanol no país, o renovável completou cinco semanas de aumentos, subindo 0,23% e chegando a R$ 2,571/l. Ainda assim, este é novamente o menor valor da análise. Como o valor cobrado pela gasolina caiu 0,15%, a relação entre os preços subiu e chegou a 64,2%, ainda favorável para o biocombustível.
Mato Grosso, por sua vez, registrou uma queda de 0,08% para o renovável, chegando a R$ 2,577/l, o segundo menor valor da análise. Já a gasolina subiu 0,05%, fazendo a relação entre os valores cair para 60,1%, reafirmando o estado como tendo o etanol mais competitivo do país.
Já Minas Gerais registrou o acréscimo de 0,95% para o renovável, que chegou a R$ 2,875/l, e de 0,34% para a gasolina. Assim, a relação entre os preços subiu para 65,2%, ainda favorável para etanol.
Goiás apresentou o maior aumento para o renovável da análise, 2,94%, chegando ao valor médio de R$ 2,903/l. Como a gasolina também subiu, mas um pouco menos, 2,65%, a relação entre os preços aumentou para 64%, mas se manteve favorável para o biocombustível.
O Distrito Federal apresentou um indicador de competitividade para o etanol em 69,4%, abaixo de 70% pela primeira vez desde outubro de 2018. Neste caso, houve um maior aumento para a gasolina: enquanto o preço do combustível fóssil subiu 6,74%, o do renovável teve uma elevação de 2,2%.
No Paraná, o biocombustível subiu 0,11% e a gasolina, 0,45%. Desta forma, a relação entre os preços caiu para 70,4%, ainda um pouco acima do limite considerado favorável para o etanol.
O estado apresenta o segundo indicador mais alto dentre os seis grandes produtores. O primeiro é Mato Grosso do Sul, que chegou a 72,3% na análise mais recente. A relação, apesar de estar acima do limite da competitividade para o renovável, novamente registrou o menor valor desde outubro de 2015.
Os preços do etanol e da gasolina por região, estado ou cidade desde 2001 estão disponíveis na planilha interativa (exclusivo para assinantes). Também estão disponíveis gráficos avançados e filtros interativos sobre o comportamento dos preços.
Por Rafaella Coury
Fonte: novaCana.com