Levantamento global também aponta que, no período em que o petróleo teve os preços mais baixos já registrados, combustível não teve quedas expressivas entre os maiores produtores
Trimestralmente, a Bloomberg atualiza seu levantamento do preço médio da gasolina ao redor do mundo com base em dados de 61 países. Analisando o segundo trimestre de 2020, o Brasil ficou na 14ª posição entre as nações com a gasolina mais barata, com o preço médio de R$ 4,02 por litro – o menor valor desde o terceiro trimestre de 2017, quando estava em R$ 3,88/l. Em contrapartida, no quesito acessibilidade, o brasileiro precisa gastar mais do salário do que as pessoas das outras 50 nacionalidades para adquirir um litro do combustível.
Um ano antes, o Brasil estava em 23º lugar, com o combustível fóssil sendo comercializado, em média, a R$ 4,45/l. Já no primeiro trimestre de 2020, período em que o país começou a sentir o impacto da queda mundial na demanda por combustíveis por conta da pandemia de covid-19, o preço médio da gasolina brasileira ficou em R$ 4,40/l.
As variações podem ter inúmeros motivos, nem sempre tão diretos. No Brasil, a gasolina é afetada pela carga tributária e tem concorrência direta com o etanol hidratado, o que não ocorre em outros mercados. Além disso, há uma mistura de 27% de anidro na gasolina que chega às bombas dos postos, entrelaçando ainda mais os dois mercados.
Outro exemplo é que o preço na bomba pode demorar a refletir o que ocorre nas unidades produtoras. Segundo a analista da S&P Global Platts, Nicolle Monteiro de Castro, desde 7 de maio, a Petrobras vinha aumentando os preços da gasolina nas refinarias. A alta acumulada chegou a 86%, mas o preço médio do combustível fóssil nas bombas do Sudeste subiu 7,12% no mesmo período. Com isso, é possível notar que há uma grande diferença entre as variações nas refinarias e o impacto para os consumidores.
Essas correlações – que aparentam ser óbvias, mas não são – também aparecem na análise do atrelamento do preço do petróleo mundial aos da gasolina nos países pesquisados pela Bloomberg. Ainda que o valor do combustível acompanhe o do óleo na maioria das vezes, o reflexo do recente baque no mercado de petróleo sobre o que é pago pelo consumidor na bomba não é tão direto e equivalente.
Considerando os 61 países analisados pela Bloomberg, em comparação com o trimestre anterior, 34 sofreram acréscimos na gasolina que variaram entre US$ 0,01/l e US$ 0,28/l. Outras 25 nações tiveram retrações de US$ 0,01/l a US$ 0,25/l. No mesmo período do ano passado, foram 57 reduções e quatro aumentos.
Confira, na versão para assinantes, os fatores que impactam o preço do combustível fóssil. Além disso, veja gráficos e análises dos dados trimestrais da Bloomberg, incluindo:
– As gasolinas mais caras e baratas do mundo
– O consumo anual per capta dos 61 países pesquisados
– As nacionalidades que precisam gastar mais do salário para adquirir um litro de gasolina.
Fonte: novaCana.com