Salvo breve troca de posições entre Arábia Saudita e Japão, o ranking dos 10 principais importadores de carne de frango do Brasil segue inalterado. Mas se até o fechamento do primeiro semestre o Japão apresentava estabilidade nas suas importações (incremento de 0,70%), agora registra decréscimo de mais de 2,5% no volume adquirido.
Ainda assim, nesse rol continuam sendo cinco os países com queda no volume importado. Porque os Países Baixos, que no primeiro semestre havia reduzido suas compras em pouco mais de 2,5%, voltam, agora, a registrar pequeno acréscimo (+0,80%).
Mesmo isso, porém, não afasta a constatação de que vem aumentando a queda no volume adquirido pelos 10 maiores importadores. Entre janeiro e junho não chegou a meio por cento, agora a redução está em 1,37%. E como eles são responsáveis por dois terços do total exportado, o aumento de 1,5% por parte dos demais importadores se torna insuficiente para neutralizar a queda dos 10. Resultado: o total registrado entre janeiro e julho registra, por ora, ligeira retração (-0,34%).
Mas o que se pergunta, neste instante, é onde estão as Filipinas, país cujo governo, na última sexta-feira (14), suspendeu as importações do Brasil tão logo tomou conhecimento das notícias (ainda não oficializadas e nem devidamente explicadas) de indícios de presença de Covid-19 em carne de frango brasileira.
No acumulado dos sete primeiros meses de 2020 as Filipinas se colocaram como o 13º maior importador do produto com pouco mais de 50 mil toneladas adquiridas – um volume 63% maior que as cerca de 30 mil toneladas do mesmo período de 2019.
Embora as importações filipinas correspondam a apenas 2% do total exportado pelo Brasil neste ano, a participação daquele país vem aumentando ano a ano. Basta ver a paulatina evolução do posicionamento filipino no rol de importadores brasileiros: 24º em 2017; 21º em 2018; 18º em 2019; 13º no momento.
Em outras palavras, é um cliente que precisa ser recuperado. Pois ainda que se encontre entre os 10 maiores produtores mundiais de carne de frango (1,5 milhão de toneladas neste ano, segundo o USDA), importa outras 350 mil toneladas para atender uma população em torno dos 110 milhões de habitantes.
