Olá amigo da seringueira!
Semana de fortes altas no mercado internacional.
Em Singapura a TSR 20 quebrou todos os limites e rompeu a faixa dos 1,30 terminando a semana a USD1,31 no contrato o kg do contrato front month em Singapura.
O Dólar por aqui fez sua parte e permaneceu em alta fechando a semana a R$5,42 frente a receio dos investidores internacionais quanto a pandemia do corona vírus.
Esta combinação está levando a previsão da referência GEB-10 OUT e NOV a R$7,53 impressionantes 10,95% de alta frente aos atuais R$6,79 válidos agora para AGO e SET.
Na semana destaque para o preço internacional da borracha natural que saiu em debelada carreira pelos pregões.
A perspectiva é de falta de produto. Com a retomada das economias asiáticas a produção de borracha seguiu tímida correlacionando 3 principais fatores:
(1) as restrições de mobilidade entre os países asiáticos dificultando o retorno aos trabalhos dos seringueiros migrantes.
Ou seja, já que boa parte dos seringueiros da Tailândia vem de países próximos como Myanmar e as restrições de viagens devido ao COVID estão dificultando sua volta ao trabalho.
(2) Desarticulação do setor de beneficiamento. Com a crise instalada pelo COVID algumas usinas de beneficiamento literalmente quebraram desalinhando parte da matriz produtora.
Ou seja, com algumas importantes usinas caindo fora de cena ou sendo postas a venda é compreensível que isto tenha um impacto na percepção do mercado de falta de produção, ainda que pontual.
(3) Finalmente, a baixa de preços que desanimou os produtores de sangrarem suas seringueiras. Aqui cabe ressaltar que as moedas de Tailândia e Indonésia não tiveram o efeito de proteção do câmbio como aconteceu no Brasil
E fica aqui um alerta, com a alta dos preços agora, é esperado que os produtores se animem e voltem a produzir.
Ou seja, já que estruturalmente o mundo continua com mais capacidade de produção do que consumo, uma alta nos preços pode logo ser surpreendida por uma inundação de produção e voltar a cair.
É por as barbas de molho e observar qual será a real capacidade do setor de aproveitar o pico de safra asiático que começa nos próximos meses.
Diogo Esperante
Diretor Executivo da APABOR
Para o Jornal Campo Aberto