Nos Estados Unidos, o governo reduziu para 125,7 milhões de toneladas o consumo interno de milho para processamento, com setor o etanol entre os maiores participantes. No Brasil, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) aumentou a oferta nacional para 102,3 milhões de toneladas do cereal, porém, a demanda para o etanol despencou 50%.
Aqui, o biocombustível do cereal concorre com o biocombustível produzido a partir da cana-de-açúcar. Ambos perderam suporte de preço devido à queda no preço da gasolina, que teve reduções junto com o petróleo.
Nos Estados Unidos, a queda do consumo e os menores preços impactam diretamente o etanol, já que o país utiliza apenas de etanol anidro, misturado à gasolina. Antes da pandemia, esperava-se um consumo de 140 milhões de tonelada de milho no mercado interno.
Sobra etanol, sobra milho. Por consequência, os preços adormecem. Os estoques americanos cresceram para quase 53 milhões de toneladas, segundo o relatório de ontem (12) do Departamento de Agricultura (USDA).
As estimativas para a segunda safra brasileira, em torno das 73 a 74 milhões de toneladas também vão ter reduções com a indústria de ração abastecida. Ainda assim, os maiores volumes estarão disponíveis apenas após julho.
As exportações nos Estados Unidos foram reduzidas para 45,1 milhões de toneladas. E, no Brasil, elas atingiram 2,9 milhões de toneladas entre janeiro e a primeira semana de maio, não devendo ter um grande crescimento quando a safrinha de inverno começar a desovar novos volumes.
Por Giovanni Lorenzon
Fonte: Money Times