DESTAQUES DO DIA

Secretaria de Agricultura marca o dia do zootecnista com a importância das pesquisas do IZ na agropecuária

Em homenagem a data da aula inaugural do primeiro curso superior de Zootecnia no Brasil, em 13 de maio de 1966, em Uruguaiana (RS), criou-se no calendário brasileiro o Dia do Zootecnista. A Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, por meio do Instituto de Zootecnia (IZ-Apta), destaca, nesta data, as pesquisas científicas desenvolvidas nas mais diversas áreas da produção agropecuária.

O diretor geral do IZ, Luiz Ayroza, destaca que a Zootecnia abrange um conjunto de atividades e habilidades que vêm desenvolver, promover e controlar a produção e a produtividade dos animais úteis ao homem. No aspecto socioeconômico e para o desenvolvimento do agronegócio, a profissão tem uma grande importância, já que trabalha com fatores administrativos e econômicos da produção.

“O estado brasileiro que conta com o maior número de profissionais atuantes é São Paulo, com mais de 1.550 zootecnistas, considerando que o Instituto de Zootecnia, conta com 23 zootecnistas, profissionais com doutorado, que compõem o quadro dos 42 pesquisadores”, enfatiza Ayroza.

Segundo Ayroza, os alimentos que chegam à mesa dos consumidores dependem também do trabalho dos profissionais da Zootecnia. “Os zootecnistas atuam na produção animal nas áreas de melhoramento genético, manejo, nutrição, cuidados com o bem-estar animal e gestão ambiental, sempre buscando possibilitar a sustentabilidade alimentar”, afirma. “Além de buscar alternativas e recursos que permitam alcançar a sustentabilidade alimentar, no País e em todo o mundo, considerando os objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Ações Unidas (ONU).”

O Zootecnista pode atuar em Nutrição e manejo alimentar dos animais de produção, pets e silvestres; Gestão das propriedades rurais; Melhoramento genético animal; Agronegócio e cadeia produtiva; Conservação dos recursos animais e ambientais; Manejo e conservação de pastagens; Comportamento e bem-estar animal, Manejo da fauna e de animais silvestres; Construções e instalações para animais de produção, pets e silvestres; Sistemas de criação de organismos aquáticos; Ensino e pesquisa em produção animal; e Planejamento e administração de eventos agropecuários. 

Melhoramento Genético

A pesquisadora Lenira El Faro, doutora em Zootecnia, e trabalha na área de melhoramento genético de bovinos de leite, iniciou sua carreira científica no IZ em maio de 1994. O trabalho de um melhorista envolve projetos de seleção e cruzamentos entre raças ou linhagens. “No caso de bovinos de leite, temos trabalhado no IZ com projetos de melhoramento para as raças Zebuínas especializadas para produção de leite, com a raça Gir Leiteiro e a raça Guzerá, com raças taurinas, principalmente a Holandesa,  e com a Girolando, que é proveniente do cruzamento entre as raças Gir e Holandesa”, detalha.

Para as raças taurinas, Lenira diz que tem trabalhado com metodologias para avaliação de animais mais resistentes às nossas condições ambientais, uma vez que eles são selecionados em regiões de climas mais amenos e sistemas de produção diferentes dos brasileiros. Outros projetos, recentes, têm envolvido a área de comportamento sexual de raças zebuínas, mensurando-os por meio de equipamentos de precisão.

Segundo a pesquisadora, o melhoramento genético é uma das especialidades do zootecnista, e as empresas de genética, associações de criadores, e laboratórios têm, cada vez mais, procurado no mercado de trabalho, profissionais da área de melhoramento genético que possuam a habilidade de gerenciar bancos de dados, desenvolver programas, realizar análises de modelos matemáticos complexos, com grande número de informações e, nos últimos anos, incluindo nos modelos as informações provenientes da genotipagem, em grande escala, dos animais. 

Zootecnia diversificada

Para o pesquisador Mauro Sartori Bueno, doutor em Nutrição Animal, a atuação da zootecnia fica evidente no grande avanço de profissionalismo que colocou o Brasil como maior produtor e exportador de carnes do mundo. “A segurança alimentar de nossa população foi conseguida com os avanços da pesquisa em zootecnia, que tem carne, leite e ovos com preços acessíveis, para manter sua dieta equilibrada”, destaca.

“Esses avanços foram conseguidos com o melhoramento genético das aves, para produção de carne e ovos, aliado às pesquisas em nutrição e sanidade, que resultou numa incrível conversão alimentar capaz de produzir proteína a preços acessíveis e em grande quantidade, e tornou a proteína mais acessível para nossa população”, ressalta Mauro.

Mauro lembra também do sucesso da pesquisa em zootecnia que levou o país de produtor e importador de carne bovina até a década de 1990, para maior produtor e exportador de carne bovina do mundo.

A zootecnia brasileira tornou o bovino tropical [zebu] o principal produtor de carne do país, reconhecendo a sua grande adaptação ao clima. A pesquisa em zootecnia melhorou sua grande habilidade em transformar pastagens tropicais em carne de excelente qualidade, que nos alçou à posição de destaque no cenário mundial.

Mauro destaca ainda a importância da criação de empregos, para os pequenos e médios produtores rurais e sua fixação ao campo, por conta das granjas de aves e suínos e do emprego em frigoríficos para produção dos cortes cárneos. “Hoje encontramos os produtos embalados nas prateleiras, acessível a toda população, e para exportação, gerando divisas para nosso país”, completa.

O pesquisador José Evandro Moraes, doutor em Epidemiologia, destaca que a profissão reúne atividades e habilidades que agregam diferentes linhas do conhecimento, compreendidos pelo planejamento, economia, administração, melhoramento genético, sustentabilidade, ambiência, biotecnologia, reprodução, saúde, bem-estar animal e conservação das espécies.

O zootecnista monitora os animais ou sistemas produtivos para tomar decisões com agilidade, sendo capaz de gerenciar, planejar e administrar empreendimentos que envolvam a produção, conservação de diferentes espécies, além de visar a qualidade e processamento de produtos originados destes sistemas. “Por estas características são profissionais que fazem a diferença em muitos setores atuando como gestores em empresas particulares, órgãos públicos, federações, universidades e institutos de pesquisa”, destaca Evandro.

O produtor, para manter-se em operação no mercado, deve buscar no profissional, que ajudará a enxergar muitos pontos críticos presentes no sistema produtivo que poderão ser vencidos com aplicação de tecnologias, previamente desenvolvidas e validadas por instituições de pesquisa, dentre outras. “Os zootecnistas das Instituições de pesquisa buscam ampliar o conhecimento, manter-se atualizados e integrados aos anseios do mercado consumidor de forma ética e transparente”, conclui Evandro.

A pesquisadora Simone Raymundo de Oliveira doutora em Qualidade e Produtividade Animal, diz que a zootecnia é muito mais que uma profissão, “é uma filosofia de vida”, que vai muito além do quadro de disciplinas multidisciplinares. “Temos que ter o conhecimento teórico, prático e holístico. A zootecnia molda todos os profissionais da área, pois tem que conhecer de nutrição animal, comportamento, fisiologia, bioquímica, filosofia, saber das reações dos animais com o tempo, e mais, hoje além de produzir a proteína animal, temos que produzir água e energia”, detalha.

Hoje, a Zootecnia não trabalha na sustentabilidade; ela é a sustentabilidade, fazendo o impossível para o animal não adoecer, para não impactar o ambiente e para o produtor ter um retorno econômico satisfatório e boa qualidade de vida, além de visar também o bem-estar e qualidade de vida do animal do início ao final da produção. São muitos fatores que formam a zootecnia, como ter um olhar mais humano, carinho e respeito por tudo que envolve o sistema de produção.

Para Simone, a zootecnia é toda área que tenha animal, natureza e questões econômicas envolvidas. “A importância da zootecnia ao produtor e à pesquisa busca atender a alta produtividade, a redução do impacto ambiental, a conversão do passível ambiental em ativo financeiro – a produção de proteína animal abrange a produção de água e energia por meio de sistemas de tratamento de efluentes aplicados dentro da zootecnia.”

A área de pesquisas em suinocultura do IZ possui uma estação de tratamento de efluentes, que além da proteína animal gera energia por meio do biogás e água por meio da água de reuso oriunda do sistema de tratamento. “Atualmente as principais linhas de pesquisas estão relacionadas à redução de impacto ambiental da produção de suínos, mensurando tudo o que o animal consome e excreta, conseguindo elencar a eficiência e ineficiência alimentar, os impactos ambientais com a carga poluidora e os custos relativos a estes impactos, além de determinar a melhor linhagem para produção”, detalha Simone.

O IZ homenageia os zootecnistas que integram sua equipe:

  1. Acyr Wanderley de Paula Freitas
  2. Alessandra Aparecida Giacomini
  3. Carla Cachoni Pizzolante
  4. Claudia Cristina Paro de Paz
  5. Cristina Maria Pacheco Barbosa
  6. Enilson Geraldo Ribeiro
  7. Fábio Enrique Lemos Budiño
  8. Fábio Prudêncio de Campos
  9. Fernando André Salles
  10. Flávia Fernanda Simili
  11. Geraldo Balieiro Neto
  12. José Evandro de Moraes
  13. Joslaine Noely dos Santos Gonçalves Cyrillo
  14. Lenira El Faro
  15. Leopoldo Andrade de Figueiredo
  16. Luciandra Macedo de Toledo
  17. Luiz Marques da Silva Ayroza
  18. Marcia Saladini Vieira Salles
  19. Maria Eugênia Zerlotti Mercadante
  20. Mauro Sartori Bueno
  21. Renata Helena Branco Arnandes
  22. Simone Raymundo de Oliveira
  23. Weber Vilas Bôas Soares

Por: Paloma Minke

Fonte: Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo

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