Referência internacional quanto à evolução mundial da produção e do comércio (importação e exportação) das carnes bovina, suína e de frango, os dados periódicos do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) indicam que Brasil e China se alternam, de tempos em tempos, na posição de segundo maior produtor mundial da carne de frango. Com divisão meio a meio nos dez anos passados.
Isso é confirmado ao analisarem-se os resultados registrados entre 2014 e 2023. Nesse período, cada um ocupou a segunda posição em cinco ocasiões não consecutivas. Em 2024 – curioso! – o USDA prevê que Brasil e China terminem o ano empatados, com 15 milhões de toneladas cada.
Embora a liderança brasileira pudesse ter acontecido já no início da década passada (em 2010 o volume produzido pelo Brasil correspondeu a, praticamente, 98% da produção chinesa), isso só ocorreu em 2016, quando a avicultura chinesa, profundamente afetada por surtos de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade, viu parte de seu plantel ser dizimado.
Recuperou-se e retornou ao segundo posto em 2019, nele permanecendo por três anos. Mas voltou a perder a posição para o Brasil nos dois últimos anos (2022 e 2023). Depois do empate deste ano, em 2025 a produção chinesa deve voltar a superar a brasileira. Mas por diferença muito pequena (1,3% a mais), o que indica que a alternância na segunda posição deve ter continuidade nos próximos anos.
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Será, no entanto, que a China ocupa, realmente, a segunda ou terceira posição na produção mundial de carne de frango?
Tudo indica que não. E a melhor referência nesse sentido é o órgão da Agricultura e Alimentação da ONU, a FAO, para quem a liderança mundial do setor cabe à China e não aos EUA, como sempre indicou o USDA. Em seu último Food Outlook (junho de 2024), por exemplo, a FAO estima que a produção chinesa do corrente exercício ficará próxima dos 26 milhões de toneladas, superando em quase dois milhões de toneladas a produção norte-americana (23,957 milhões/t, pela FAO; 21,384 milhões/t, pelo USDA).
Mas por que tão grande diferença? Porque o USDA, em suas estatísticas, considera apenas a produção proveniente das linhagens híbridas, ou seja, não leva em conta o produto “caipira” chinês, por sinal, origem das modernas linhagens híbridas.
Fonte: AviSite