Após dois anos de comércio relativamente estagnado, as exportações mundiais de carne de frango deverão aumentar 2% em 2025, atingindo um recorde de 13,8 milhões de toneladas. Embora nesse crescimento estejam envolvidos vários fornecedores importantes, a expansão será sustentada em boa parte pelo Brasil, de quem são esperados níveis recordes de embarques.
A previsão para 2025 mantém a tendência prevalente (desde a pandemia de Covid-19), segundo a qual a participação brasileira no comércio mundial continua a aumentar às custas, sobretudo, dos EUA e da União Europeia.
Vários fatores impulsionam as taxas de expansão
Não há um fator predominante que faça com que as exportações do Brasil subam para um nível recorde. A expansão é impulsionada pela combinação entre status sanitário (livre de doenças), mercado orientado para a exportação e diversidade de produtos, bem como por preços competitivos.
Muitos destes fatores estão presentes, também, nas exportações da Tailândia, que deverão aumentar e atingir níveis recordes.
Restrições Relacionadas a Doenças
O Brasil continua a manter o status de livre da Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP), uma vez que os surtos registrados ficaram limitados a aves selvagens e criações de subsistência, sem nenhum caso em operações comerciais.
Como resultado, não houve impacto nas restrições à produção ou ao comércio impostas pelos principais mercados. Da mesma forma, a Tailândia não registra qualquer caso de IAAP comercial desde 2009.
Embora os recentes surtos de IAAP em operações comerciais dos EUA e da UE tenham tido impacto mínimo na produção de frangos, a persistência de restrições comerciais relacionadas à doença continua a restringir o acesso a vários mercados.
Orientação de mercado: produzir para exportar
Em comparação aos EUA e à UE, Brasil e Tailândia direcionam uma parcela maior da produção para exportações. Assim, produzem, principalmente, para exportação e não para os seus próprios mercados.
A orientação para a exportação só é viável se um país puder oferecer a gama de produtos exigida pelos mercados estrangeiros. Vários mercados globais importantes importam uma ampla variedade de produtos, tais como carne de peito, aves inteiras, carne desossada, produtos preparados, etc.
Em decorrência, o crescimento das exportações dos EUA tem sido limitado, pois a demanda interna pela carne de peito restringe a variedade de produtos para exportação. Quase 60 por cento das exportações de carne de frango dos EUA em 2023 foram pernas e quartos de perna congelados, geralmente com osso.
Da mesma forma, requisitos específicos de vários mercados-chave, como a adoção de rações vegetarianas e o abate segundo preceitos religiosos, também constituem um desafio que a indústria norte-americana não consegue vencer, por estar orientada para o mercado interno.
Reproduzido sem maiores comentários, o texto acima abre o relatório que o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) acaba de divulgar, apontando as primeiras tendências, para 2025, da produção, importação, exportação e consumo da carne de frango em âmbito mundial.
Vale a pena ler e analisar o relatório na íntegra, pois o USDA dedica toda a abertura do documento à análise das tendências brasileiras no setor. Clique aqui para acessá-lo.
Na tabela abaixo é apresentada a representatividade das exportações na produção total de Brasil, Tailândia, União Europeia e EUA. Como se constata, Brasil e Tailândia exportam um terço da carne de frango que produzem (contra menos da metade desse índice na União Europeia e EUA), daí o USDA afirmar que são países com avicultura direcionada para exportação.
Fonte: AviSite