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Maricultura em Foco: conheça as ações do Instituto de Pesca em prol do cultivo sustentável

A maricultura é uma prática do setor pesqueiro focada na criação e cultivo de organismos marinhos no ambiente natural, diretamente no mar, sem controle dos fatores abióticos, como salinidade, temperatura, nutrientes e outros. A atividade tem como objetivo atender à demanda crescente por produtos aquáticos e promover a sustentabilidade dos recursos naturais. O Instituto de Pesca (IP-Apta), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, desenvolve diversas ações na área da maricultura.

Essa atividade ocorre em águas costeiras e em alto-mar, buscando suprir a demanda da população por pescado. Desempenha um papel essencial na segurança alimentar global, oferecendo uma fonte sustentável de proteína e gerando oportunidades econômicas para comunidades costeiras e pesqueiras. A maricultura também é crucial para a pesquisa e inovação no setor aquático, possibilitando avanços na melhoria das técnicas de cultivo e na qualidade dos produtos, o que beneficia tanto a indústria quanto os consumidores.

Entre os principais tipos de maricultura, destacam-se o cultivo de moluscos, como ostras e mexilhões, que se desenvolvem em estruturas submersas no ambiente marinho, a produção de crustáceos, como camarões, que são criados em viveiros marinhos, além da criação de peixes, para consumo e também para ornamentação, produzidos em tanques rede ou laboratórios com uso de água salobra ou marinha. Outro segmento importante é o cultivo de algas marinhas, que não só possui valor econômico, mas também desempenha um papel crucial na preservação dos ecossistemas marinhos ao proporcionar habitat e alimento para diversas espécies.


Cultivo de mexilhões em Caraguatatuba

Ações do Instituto de Pesca na maricultura

A instituição possui o Programa Algicultura SP, que promove o desenvolvimento sustentável e ordenado da algicultura. As ações do programa incluem pesquisas de caracterização de linhagens, estudos sobre eutrofização, desenvolvimento de produtos como biofertilizantes de algas, além de testes em hortaliças.

Cientistas do IP trabalham para manter e pesquisar estruturas que garantam a conservação dessas linhagens em um Biobanco Modelo. O programa estabelece várias parcerias com setores de pesquisa, empresas e governo.

Segundo a pesquisadora do IP, Valéria Gelli, “o Instituto de Pesca oficializou o programa de algicultura. A algicultura oferece vários serviços ecossistêmicos, como a produção de oxigênio, o sequestro de carbono, a criação de locais de abrigo para diversas espécies e atua como biorremediação. O programa está focado em quatro comunidades: Quilombo Camburi, Caçandoca, Praia da Barra Seca e Praia da Enseada. A algicultura pode ajudar o planeta na desacidificação dos oceanos e na biorremediação, removendo nitrogênio e fósforo provenientes de esgotos”.

O Instituto de Pesca também possui o projeto “Pesque e Pague versus Pesque e Solte: Viabilidade Econômica para Pesqueiros de Pequena Escala na Região Sudeste do Brasil”. A área de atuação abrange a produção de iscas vivas em sistemas de recirculação, com o objetivo de fomentar a pesca esportiva. O projeto trabalha com tecnologias de produção tradicionais e alternativas, realizando também a análise de viabilidade econômica dessa atividade.

Além disso, o IP desenvolve o projeto “Dinâmica dos Biodepósitos Originados dos Cultivos de Mexilhões Perna Perna no Litoral do Estado de São Paulo”. Durante a criação de mexilhões, alguns resíduos, como fezes, pseudofezes e organismos mortos associados aos mexilhões, são depositados no fundo do mar. Esses resíduos podem gerar compostos químicos prejudiciais ao meio ambiente, como o H₂S (sulfeto de hidrogênio), além de carbono e matéria orgânica.

Em pequenas quantidades, esses resíduos não causam grandes danos ao ecossistema. No entanto, em grandes quantidades, podem ser prejudiciais. O trabalho desenvolvido pelo IP tem como objetivo avaliar os materiais orgânicos produzidos pelos mexilhões. A pesquisa é realizada na Fazenda da Cocanha, em Caraguatatuba. Os cientistas fazem projeções e simulações da deposição desses resíduos utilizando modelagem hidrodinâmica, técnica que simula o movimento da água e ajuda a entender como os resíduos se dispersam.

Nos pontos indicados pela modelagem, onde havia maior probabilidade de acúmulo de biodepósitos, foram coletados resíduos e os pesquisadores realizaram análises químicas para medir a quantidade de matéria orgânica. Os resultados estão em fase de análise.

De acordo com o pesquisador do Instituto de Pesca e responsável pelo estudo, Helcio Luis de Almeida Marques, “a importância deste estudo é determinar a quantidade máxima de mexilhões que podem ser cultivados em uma área do mar sem causar impactos ambientais significativos. O objetivo é possibilitar, no futuro, o monitoramento desses cultivos e evitar a produção excessiva de detritos e poluentes no mar”, finaliza.

Por Andressa Claudino

Instituto de Pesca

O Instituto de Pesca é uma instituição de pesquisa científica e tecnológica, vinculada à Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (Apta), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, que tem a missão de promover soluções científicas, tecnológicas e inovadora para o desenvolvimento sustentável da cadeia de valor da Pesca e da Aquicultura.

Informações à imprensa

Instituto de Pesca

Núcleo de Comunicação Científica

Gabriela Souza /Andressa Claudino

Cel.: (11) 94147-8525

ipcomunica@sp.gov.br

www.pesca.sp.gov.br

Fonte: Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo

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