Os pesquisadores do Fundecitrus Marcelo Miranda e Haroldo Volpe participaram do 12º Simpósio de Pesquisa em Citros realizado em Drakensberg, na África do Sul.
O evento foi organizado pelo Citrus Research Internacional (CRI), e reuniu aproximadamente 800 pessoas, sendo produtores de frutas cítricas, representantes de indústrias químicas, técnicos do setor citrícola e palestrantes de vários países, com o objetivo de fornecer informações sobre as pesquisas com citros conduzidas por pesquisadores de diversas instituições e países.
O Citrus Research Internacional (CRI) é uma instituição mantida pelos citricultores da África do Sul, que realiza pesquisas relacionadas ao manejo de pragas e doenças dos citros, além de atuar na área de extensão, biossegurança e apoio ao comércio internacional de frutas de mesa, como laranja, tangerina e limão.
Durante o evento, o pesquisador Marcelo Miranda apresentou palestra sobre os estudos desenvolvidos no Fundecitrus com foco no manejo do psilídeo (Diaphorina citri). “É fundamental essa parceria entre o CRI, as instituições e as indústrias. A troca de conhecimento nos ajuda a desenvolver soluções eficientes para as principais pragas e doenças de cada país”, explica.
Na África do Sul, o greening é causado por uma bactéria diferente da que ocorre no Brasil e disseminado pela Trioza erytreae (psilídeo africano). O país também apresenta outras pragas e doenças que preocupam os citricultores, como a false codling moth (FCM), praga similar ao bicho-furão e moscas-das-frutas, cochonilha vermelha, pinta preta, tripes, ácaros e minador dos citros. Inclusive, no simpósio, foram apresentados novos resultados de pesquisa sobre a FCM, praga que causa grandes prejuízos aos produtores africanos.
Os pesquisadores também conheceram o Laboratório de Genética dos Citros da Universidade de Stellenbosch e, posteriormente, visitaram pomares nas regiões de Citrusdal, Buffeljags e Sundays River Valley, nesta última a citricultura está em expansão, possui grande área com pomares de limão e viveiros de citros, além de ser livre de greening. Também visitaram a Citrus Foundation Block (CFB), em Port Elizabeth, instituição que pertence ao CRI e atua na produção de sementes de porta-enxertos e borbulhas, garantindo que os produtores recebam material vegetal de alta qualidade e livres de doenças.
Os pesquisadores também tiveram a oportunidade de conversar com empresas especialistas em produtos biológicos e semioquímicos para o manejo de pragas da citricultura, inclusive produtos similares aos que são testados no Brasil para manejo do bicho-furão.
Em Buffeljagsrivier, os pesquisadores se reuniram com 16 produtores, onde discutiram sobre o manejo regional do psilídeo. Nesta região, o greening está presente e a incidência da doença varia de acordo com o manejo adotado na propriedade. Durante a reunião, o pesquisador Haroldo Volpe abordou os estudos para controle do psilídeo com bioinseticidas. Já o pesquisador Marcelo Miranda apresentou dados dos estudos sobre o manejo do psilídeo. “Foi muito importante participar do simpósio e visitar algumas propriedades de citros na África do Sul, conhecer o sistema de aplicação de inseticidas sistêmicos para controle do psilídeo e as técnicas de manejo da FCM, praga que causa grandes danos aos pomares”, afirma Miranda.