Célula viva de peixe (Fribrobasto – BF-2) cultivada fora do corpo do animal
Crédito: Instituto de Pesca
Nesta sexta-feira, 28 de junho, o Instituto de Pesca (IP-Apta), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, exibiu mais um capítulo da série “Pós em Ação!” em suas redes sociais. Desta vez, foi apresentado o trabalho de pesquisa do mestrando Lucas Desidera, que defenderá sua dissertação de mestrado no segundo semestre deste ano. O estudante desenvolveu um estudo intitulado “Isolamento em cultivo celular do vírus da necrose infecciosa de baço e rim (ISKNV): uma análise comparativa utilizando inóculos virais de diferentes regiões”.
A sanidade na criação de peixes é a principal preocupação dos envolvidos na cadeia produtiva do setor, pois vem sendo afetada significativamente por doenças emergentes, como as causadas pela infestação do vírus ISKNV. O trabalho de Lucas tem o intuito de desenvolver estratégias de controle e prevenção desse vírus, por meio do cultivo celular, para mitigar o problema enfrentado por piscicultores.
O cultivo celular é usado, entre outras funções, para estudar e potencialmente desenvolver métodos de controle para essa doença viral que afeta peixes. O ISKNV é uma infecção que pode causar graves problemas de saúde nos animais, incluindo danos ao baço e ao rim, levando a uma alta taxa de mortalidade em algumas espécies. O cultivo celular pode ser usado para isolar e estudar o vírus, entender melhor sua patogênese e desenvolver métodos de diagnóstico e vacinas para prevenir sua propagação em populações de peixes. Especificamente na patologia de organismos aquáticos, o alto índice de doenças emergentes em pisciculturas ao redor do mundo demanda soluções eficazes com tecnologias e análises avançadas como estas.
Lucas Desidera em um dos laboratórios de pesquisa do IP
As técnicas de cultivo celular têm se mostrado promissoras para testes de produtos agrícolas (bioinsumos), novos fármacos e para isolamento viral. Sua principal vantagem é a consistência e facilidade de reprodução. Pesquisas com cultivos celulares podem esclarecer muitas questões sobre diferentes vírus presentes nesses meios de produção. Para estudar o vírus ISKNV, que chegou recentemente ao Brasil, Lucas obteve amostras de diferentes pisciculturas, pertencentes a distintas regiões hidrográficas no estado de São Paulo. O objetivo do estudo é isolar o vírus ISKNV no cultivo para contribuir com o desenvolvimento de vacinas, testes de detecção e avançar no conhecimento sobre essa doença.
De acordo com o estudante, “quando entrei no Instituto de Pesca, eu tinha pouca experiência em laboratório. Para mim, está sendo uma experiência maravilhosa. Minha orientadora me ajudou muito, e toda a nossa equipe é excelente, agregando muito à minha experiência laboratorial. Inclusive, eu não conhecia a área do cultivo celular; me apaixonei e pretendo seguir nessa linha de pesquisa”.
Segundo a pesquisadora científica, vice-coordenadora do programa de pós-graduação do IP e orientadora do Lucas, Cláudia Maris Ferreira, “o projeto de pesquisa do Lucas é desafiador, não apenas pelo tema em si, mas também porque tivemos que começar praticamente do zero. Nós montamos um laboratório de pesquisa que trabalha com linhagens celulares de organismos aquáticos. No Brasil existem vários laboratórios que trabalham com células de mamíferos, mas com células de peixes, são pouquíssimos e isto não é nada fácil”, finaliza.
Para saber mais sobre as pesquisas desenvolvidos nos centros de pesquisa do Instituto de Pesca, por seus estudantes, acesse o site da Pós.
Por Andressa Claudino
Instituto de Pesca
O Instituto de Pesca é uma instituição de pesquisa científica e tecnológica, vinculada à Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (Apta), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, que tem a missão de promover soluções científicas, tecnológicas e inovadora para o desenvolvimento sustentável da cadeia de valor da Pesca e da Aquicultura.
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