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Raízen tem prejuízo líquido de R$ 878,6 milhões no 4º trimestre de 2023/24

No acumulado da temporada, companhia teve um lucro de R$ 614,2 milhões, queda de 75,5% na comparação anual

A Raízen registrou prejuízo líquido de R$ 878,6 milhões no quarto trimestre do ano-fiscal 2023/24, que compreende o período entre 1º de janeiro e 31 de março de 2024, e reverteu o lucro de R$ 2,66 bilhões que havia sido registrado em igual intervalo da safra anterior.

Considerando os ajustes realizados pela companhia, o prejuízo líquido do trimestre foi de R$ 178 milhões, ante lucro de R$ 2,52 bilhões de igual intervalo de 2022/23.

A receita líquida da Raízen caiu 2,3% na base anual, de R$ 54,97 bilhões de janeiro a março de 2023 para R$ 53,68 bilhões no período de 2024.

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Já o resultado operacional medido pelo Ebitda ajustado (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, descontando também fatores tidos como relevantes pela empresa) ficou positivo em R$ 3,69 bilhões, queda de 37,7% ante R$ 5,91 bilhões de igual trimestre do ano anterior, em valores ajustados.

A alavancagem fechou o trimestre em um múltiplo de 1,3 vez a relação de dívida líquida pelo Ebitda dos últimos 12 meses, ante igual resultado no quarto trimestre do exercício de 2022/23. O capex do trimestre totalizou R$ 4,96 bilhões, avanço de 19,9% ante os R$ 4,14 bilhões de 2022/23.

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Acumulado de 2022/23

No acumulado do ano-fiscal, o resultado líquido da Raízen foi positivo em R$ 614,2 milhões, queda de 75,5% frente aos R$ 2,5 bilhões observados na temporada anterior. Já o lucro líquido ajustado foi de R$ 1,284 bilhão, queda de 66,8% ante ganho de R$ 3,865 bilhões do ano anterior.

A receita líquida caiu 10,3% na base anual, de R$ 245,83 bilhões para R$ 220,45 bilhões. Na mesma base de comparação, o Ebitda ajustado ficou positivo em R$ 14,61 bilhões, queda de 4,4% ante R$ 15,28 bilhões do ano anterior.

Por fim, o capex do ciclo totalizou R$ 12,08 bilhões, avanço de 13,3% ante os R$ 10,66 bilhões de 2022/23.

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Resultados da safra

A Raízen processou 84,2 milhões de toneladas de cana-de-açúcar na temporada 2023/24, alta de 14,6% em relação ao volume processado no ano-safra anterior.

No acumulado da safra houve redução de 1,5% na concentração de açúcar total recuperável (ATR), que foi de 133,8 kg/t, ante 135,8 kg/t em 2022/23. Em contrapartida, houve alta de 23,4% da produtividade dos canaviais, de 69,7 t/ha para 86 t/ha.

Por sua vez, a produção de açúcar cresceu 22%, para 5,84 milhões de toneladas. Já a fabricação de etanol de primeira geração ficou em 3,15 bilhões de litros, alta de 5,4% ante 2022/23. O mix de produção foi dividido entre 53% para açúcar e 47% para etanol.

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“Encerramos a safra com recorde de moagem, recuperação expressiva do rendimento agrícola e forte expansão da produtividade, em consonância com os ganhos oriundos da gestão voltada para melhoria contínua de produtividade e eficiência agrícola, bem como o clima favorável na safra. O mix de produtos reflete a maximização da produção de açúcar, impulsionada por um ciclo de preços mais favorável”, disse a empresa.

Especificamente, os segmentos de açúcar e de energia renováveis somaram uma receita de R$ 12,89 bilhões no trimestre (+2,7%) e de R$ 51,93 bilhões na temporada (-10,4%). O Ebitda ajustado, por sua vez, foi de 2,12 bilhões no período de janeiro a março (+56,3%) e de 7,26 bilhões no acumulado da safra (-2,2%).

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Etanol de segunda geração

A produção de etanol de segunda geração (E2G) avançou 18,8% na temporada, para 36 milhões de litros.

Ainda segunda a Raízen, os investimentos em novas plantas do biocombustível totalizaram R$ 714 milhões no trimestre, alta de 51,7% na comparação com o mesmo trimestre do ano anterior.

Ao longo da temporada 2023/24, os aportes em E2G somaram 2,28 bilhões, o que representa uma elevação de 76,8% na base anual.

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Projeções para 2024/25

A Raízen divulgou nesta segunda-feira, 13, depois do fechamento do mercado, as projeções financeiras e operacionais referentes ao ano-safra 2024/25, que se iniciou em 1º de abril de 2024 e se encerrará em 31 de março de 2025, com previsão de Ebitda ajustado de R$ 14,5 bilhões a R$ 15,5 bilhões para o período.

A perspectiva é de moagem entre 82 milhões e 85 milhões de toneladas de cana-de-açúcar. A Raízen afirma que a projeção é fruto das melhores condições dos canaviais, mas depende dos efeitos climáticos e consequente produtividade.

Outras razões para o Ebitda ajustado projetado são a dinâmica de custos favorável, o volume próprio produzido e comercializado de etanol, açúcar e energia, assim como ciclo favorável de preços do adoçante, atuação diferenciada na cadeia de valor do etanol, bem como a expansão da rentabilidade do segmento de mobilidade.

O investimento previsto fica entre R$ 10,5 bilhões e R$ 15,5 bilhões. Para o segmento de renováveis e açúcar, a expectativa é de investimento de R$ 8,8 bilhões a R$ 9,5 bilhões. Isso incluirá a manutenção do patamar dos investimentos recorrentes em canaviais, composto pela redução da área de plantio e trato.

Além disso, a companhia citou a “revisão do faseamento dos investimentos voltados para expansão, notadamente nas plantas de E2G, bem como a conclusão da planta de biogás no parque de bioenergia Costa Pinto”.

Também serão investidos de R$ 1,7 bilhão a R$ 2 bilhões no segmento de mobilidade. Isso incluirá renovações e expansão de contratos da rede, ampliação e otimização da infraestrutura logística e conclusão dos investimentos já programados na Refinaria da Argentina, explicou a Raízen.

 

Leandro Silveira
Com informações adicionais NovaCana

Fonte: Agência Estado

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