A Seara deve registrar uma margem de dois dígitos no primeiro trimestre deste ano, refletindo a recuperação no desempenho operacional da companhia após ajustes realizados na unidade, disse o presidente global da JBS, Gilberto Tomazoni, em teleconferência de resultados na quarta-feira (27).
“A Seara tem o potencial de entregar margem de dois dígitos já no primeiro trimestre do ano”, disse Tomazoni.
O executivo disse que a Seara não enfrenta problema mercadológico, já que ampliou os índices de preferência entre os consumidores e a penetração nos lares. Os desafios identificados foram nos índices de eficiência operacionais relacionados aos indicadores de produtividade, rendimento de processo e disponibilidade de equipamentos.
Tomazoni disse que está realizando ajustes nesses índices e na sincronização da cadeia de produção após os investimentos de cerca de R$ 8 bilhões realizados pela companhia nos últimos quatro anos para o aumento da capacidade de produção.
“Ainda não chegamos nos pontos ótimos de eficiência no ramp up da fábrica de Rolândia [PR]. É uma fábrica muito automatizada que demanda tempo para sincronização de todas as etapas do processo, o que é normal para uma fábrica com tanta tecnologia embarcada”, disse o executivo.
Ele disse que a empresa também está executando os aumentos de capacidades em outras fábricas nas quais investiu nos últimos anos.
“Tem um impacto importante, esses ramp up [das fábricas]. Mas o maior peso é o a melhora no trabalho de sincronização de nossa cadeia. Nós trabalhamos numa cadeia longa. Quando precisa sincronizar tudo isso, leva um tempo para colocar no mesmo ritmo”, disse Tomazoni.
Mercados para carne de frango e suína
Tomazoni disse que a JBS tem uma visão positiva em relação ao mercado consumidor brasileiro para carne suína e de frango em 2024, já que a demanda interna por estas proteínas e para produtos preparados tem aumentado.
O executivo disse que a demanda e a oferta no segmento de carne de frango estão equilibradas nos mercados nos quais atua, inclusive o internacional. O negócio de carne de frango também é favorecido pela queda nos custos de grãos.
Já o negócio de carne suína continua a enfrentar desafios, com aumento na produção brasileira e retração no consumo em alguns mercados internacionais.
“A demanda internacional não está forte para os mercados em que estamos operando. A gente ampliou muito os mercados, mas ainda tem muitos mercados para abrir para o negócio. E o mercado interno também está bastante competitivo pra carne suína”, disse Tomazoni.
Por Anna Flávia Rochas
Fonte: CarneTec Brasil