As aprovações regulatórias para a aquisição de plantas de carne bovina da Marfrig na América do Sul pela Minerva Foods devem ocorrer em até cerca de seis meses, segundo expectativas de executivos das empresas divulgadas em teleconferências de resultados com analistas na semana passada.
“A gente espera que as aprovações, não só do CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) como dos órgãos antitruste, estejam completas ao longo do segundo trimestre do ano”, disse o diretor financeiro da Minerva Foods, Edison Ticle, em teleconferência no último dia 26 de março.
O presidente do Conselho de Administração da Marfrig, Marcos Molina, disse na semana passada que esperava as aprovações regulatórias entre o final do terceiro trimestre e o início do quarto trimestre deste ano.
“Contratualmente, está com a Minerva todo o risco (de aprovação) do CADE. Se tiver demora, a gente exigiu correção do CDI”, disse ele em teleconferência de resultados da empresa com analistas no último dia 28 de março.
A Marfrig anunciou em agosto do ano passado um acordo para a venda de unidades de abates de bovinos e ovinos na América do Sul para a Minerva Foods por R$ 7,5 bilhões. O acordo inclui 11 unidades de abate de bovinos brasileiras, além de ativos na Argentina, no Uruguai e no Chile.
O diretor da Minerva Edison Ticle disse na teleconferência da semana passada que a troca de conselheiros do CADE em 2023 atrasou a análise do caso em estimados 90 dias.
A transação enfrenta oposição no Uruguai, onde vendedores de carnes e grupos de defesa dos consumidores e de produtores pediram ao órgão regulador da concorrência do país em fevereiro que não autorizasse a compra de três frigoríficos da Marfrig pela Minerva, alegando concentração de mercado.
Por Anna Flávia Rochas
Fonte: CarneTec Brasil