Encontro, na próxima segunda (25), às 20 horas, reunirá especialistas de universidades, além de operadores de drones e de aviões e consultores do Brasil, Estados Unidos e Argentina, bem como autoridades de cidades brasileiras que já realizam operações com equipamentos remotos.
O uso de ferramentas aéreas no combate ao mosquito da dengue estará em pauta na próxima semana, em uma reunião via web promovida pelo Instituto Brasileiro da Aviação Agrícola (Ibravag). O evento tem a parceria do Sindicato Nacional das Empresas de Aviação Agrícola (Sindag) e da Federação Argentina de Câmaras Agroaéreas (Fearca) e ocorrerá na segunda-feira (25), a partir das 20 horas. O encontro terá transmissão pelo canal do Sindag no YouTube (https://www.youtube.com/sindagaviacaoagricola).
O debate abordará as experiências no Brasil e no mundo com uso de aviões e drones para combater ou prevenir arboviroses. Abordando histórico, legislação, experiências internacionais e no País, além dos desafios sobre o tema. Para isso, o encontro será mediado pelo diretor-executivo do Ibravag e do Sindag, Gabriel Colle, com a presença de lideranças das duas entidades e do secretário da Fearca, Juan Molina.
Também estarão na live o consultor Alan McCracken, dos Estados Unidos, e o engenheiro agrônomo e consultor do Sindag Eduardo Cordeiro de Araújo. Integram a lista ainda o entomologista Maurício Pasini e os professores Rodrigo Gurgel (faculdade de Medicina da Universidade de Brasília/ UnB) e Edney Vitória, da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes). Junto com o assessor jurídico do Sindag, Ricardo Vollbrecht (abordando a legislação sobre o assunto) e o médico e secretário de Saúde Santo Ângelo/RS, Fernando Bernardi (que este ano coordenou o uso de drones contra vetores em seu Município).
Confira a programação no final do texto
ESTRATÉGIA DE SAÚDE x PRECONCEITO
Atualmente, o combate aéreo a mosquitos integra as estratégias públicas de Saúde, por exemplo, nos Estados Unidos – onde aviões e helicópteros são usados maciçamente desde os anos 1940. A modalidade também é empregada há anos, por exemplo, em nossa vizinha Argentina. Combinando o uso de aeronaves com as ações das equipes em solo – na maioria dos casos, lá fora, ainda na fase de EVITAR situações de epidemia.
No Brasil, o uso de aviões para eliminar mosquitos em áreas de epidemia ocorreu pela primeira vez (e com sucesso comprovado) em 1975, na Baixada Santista, em São Paulo. A técnica está prevista desde a década de 1960 entre as prerrogativas do setor e, em 2016, foi incluída na Lei Federal 13.301/16 – que dispõe sobre a adoção de medidas de vigilância em saúde contra arboviroses no País (artigo 1º, § 3º, Inciso IV).
Porém, mesmo com registro de 1,5 milhão de casos de dengue no País e 1.032 mortes pela doença naquele ano, o assunto foi parar no STF. Com a Suprema Corte validando a ferramenta em 2019, num julgamento em meio a uma nova epidemia que, então, resultou em quase 1,6 milhões de doentes, com 782 mortos.
Lembrando ainda um fato tristemente irônico: enquanto no Brasil a ferramenta encontra entraves para ser ao menos testada (mesmo neste 2024 com já quase 2 milhões de doentes, 656 óbitos e outras 1.025 mortes suspeitas em apenas 80 dias), nosso País é fornecedor de tecnologia para combate aéreo a mosquitos para os Estados Unidos.
Ao passo que, na falta de uma política federal e de pesquisas pelo Ministério da Saúde para o emprego de aeronaves convencionais ou remotas, desde 2022 prefeituras do interior do Brasil vêm tomando a frente e promovendo por conta própria aplicações com drones. Sob controle de seu pessoal técnico de Saúde e Meio Ambiente (especialmente em São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul). O que começou a se intensificar neste ano, abrangendo o uso da tecnologia remota na cobertura (com larvicidas e inseticidas) de áreas não acessíveis pelos fumacês terrestres.
SERVIÇO:
O quê: debate Ferramentas para o combate ao mosquito transmissor da dengue e outras doenças
Quando: dia 25 de março – segunda-feira, às 20 horas
Onde: canal do Sindag no YouTube (youtube.com/sindagaviacaoagricola)
PROGRAMAÇÃO:
A questão legal da pulverização aérea no combate a vetores no Brasil
Ricardo Vollbrecht – Assessor Jurídico SINDAG/IBRAVAG
A experiência da Argentina no Combate a Vetores de forma aérea
Juan Molina – Argentina – Fearca
O comportamento do mosquito transmissor da dengue
Maurício Pasini – Pesquisador
Tecnologias para o controle de Aedes aegypti
Professor Rodrigo Gurgel, coordenador do Laboratório de Parasitologia Médica e Biologia de Vetores da Faculdade de Medicina (FM) da UnB
Como combater vetores com o uso da pulverização aérea
Alan MCcracken (EUA)
A experiência do combate a vetores com o uso de drones
Fernando Bernardi – Médico e Secretário de Saúde Santo Ângelo/RS
Ferramentas para o controle de vetores
Edney Vitória – professor da Universidade Federal Espírito Santo UFES
A experiência que deu certo no Brasil
Eduardo Cordeiro de Araújo – pioneiro no combate aéreo a mosquitos no País