A agricultura irrigada representa 17% das áreas produtoras, porém responde por aproximadamente 40% da produção de alimentos do mundo
Neste Dia Nacional das Águas (22 de março), modernas tecnologias de irrigação surgem como um provável caminho para equacionar dilema entre segurança alimentar e preservação dos recursos hídricos
O mundo moderno vive hoje um sério dilema entre a necessidade de uma economia global que gere riquezas e benefícios para as pessoas, mas ao mesmo tempo preserve ao máximo os recursos naturais. A agricultura, por suas peculiaridades, é um dos setores em que mais se discute esse impasse entre produtividade, que neste caso está ligada à própria segurança alimentar do mundo, e sustentabilidade.
Nesse sentido, o uso racional dos recursos hídricos se apresenta neste 22 de março, Dia Nacional das Águas, como um dos maiores, se não o maior, desafio da moderna agricultura. O Brasil, como o terceiro maior produtor agrícola do mundo, pode ser considerado um país de vanguarda no uso e desenvolvimento de tecnologias de irrigação agrícola. De acordo com dados da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) , a agricultura irrigada representa 17% das áreas produtoras, porém responde por aproximadamente 40% da produção de alimentos do mundo.
O dado acima demonstra que as tecnologias de irrigação são o caminho muito provável no futuro de equacionar esse dilema entre produção e sustentabilidade. O técnico agrícola e gerente geral de irrigação do Grupo Pivot, Silvio Dias, explica que “a irrigação funciona como um seguro, garantindo a produtividade da lavoura , uma vez que o maior risco enfrentado pelos produtores é a falta de chuva”.
Mas se você ainda tem alguma dúvida de como a irrigação pode sim manter produtividade e ao mesmo tempo racionalizar o uso dos recursos naturais, Silvio Dias cita cinco razões que fazem da agricultura irrigada uma atividade sustentável, confira:
1) Muitos dizem que o investimento em irrigação, embora potencialize a produção, eleva o custo dos alimentos. Mas de acordo com o técnico agrícola Silvio Dias, é justamente por aumentar a produção é que a agricultura irrigada resulta numa maior oferta e consequentemente menor preço dos alimentos. “Com as soluções em irrigação que temos hoje pode-se aumentar em até três vezes a quantidade de alimentos produzidos na mesma área, garantindo assim uma disponibilidade maior de alimentos e consequentemente um menor preço”, explica o técnico agrícola.
2) Muito também se fala do caráter expansivo e predatório da agricultura em larga escala. Mas, de acordo com o especialista da Pivot, é graças às modernas tecnologias de irrigação que é possível aumentar a produtividade de alimentos sem a necessidade de ampliar as áreas de cultivo. “A irrigação ajuda a diminuir a necessidade de abertura e desmatamento de novas áreas, uma vez que ela propicia produzir mais nas áreas já abertas”, afirma.
3) Segundo Sílvio, essa característica da agricultura irrigada, de não necessitar de grandes áreas para produzir, pode, inclusive, ajudar no combate aos atuais problemas causados pelas mudanças climáticas. O especialista lembra que uma das causas da crise climática é o desmatamento de áreas florestais. “Ao contrário do que era necessário antes, hoje com as modernas tecnologias de irrigação, não há necessidade de derrubar florestas para plantar. Aliás, por meio da agricultura irrigada, é possível recuperar áreas degradas pelo pasto e usá-la para o plantio”, esclarece o especialista.
4) Outra vantagem da agricultura irrigada, que a torna uma prática sustentável, é a possibilidade de cultivar determinados tipos de espécies vegetais em locais com escassez hídrica ou com baixa regularidade de chuvas, como em áreas áridas e semiáridas do nordeste brasileiro. “Numa única propriedade, e com o devido planejamento e por meio da agricultura irrigada, você pode plantar em qualquer época do ano e diferentes culturas, onde não tem irrigação isso não é possível”, pontua Dias.
5) Com o uso mais racional e ao mesmo tempo eficiente dos recursos hídricos, a agricultura irrigada possibilita a produção de culturas com maior valor agregado, ou que tenham maior dificuldade de cultivo, como hortaliças e frutas. “Isso faz com que o custo na produção desses alimentos também baixe, usando a quantidade de água exata para o bom desenvolvimento da espécie vegetal”, pontua Silvio Dias.
Fonte: Assessoria de imprensa