Sujeitos a ajustes (habitualmente pontuais), os últimos dados do IBGE relativos ao abate de frangos em estabelecimentos sob inspeção federal, estadual ou municipal revelam que o volume registrado no quarto trimestre de 2023 recuou não só ao menor nível do ano, mas dos últimos seis trimestres.
Mais: sob o aspecto trimestral, o recuo não se limitou ao último trimestre de 2023. Ocorreu de forma contínua no decorrer do ano, indicando logística contrária às leis de mercado: produção maior em momento de baixo consumo e significativamente menor quando o consumo pede mais produto (período de Festas).
O erro, porém, não está na ponta final e, sim, no primeiro trimestre de 2023, por ora recorde histórico nos levantamentos do IBGE. Porque, então, além de superar os abates do trimestre anterior (quarto de 2022, teoricamente o melhor do ano), o volume registrado aumentou mais de 7% em relação a idêntico período do ano anterior – índice bastante elevado para um momento em que se iniciava novo exercício.
Em outras palavras, as reduções subsequentes apenas refletem o esforço do setor buscando readequar a oferta ao mercado efetivamente disponível (interno + exportações) – objetivo que só começou a ser alcançado a partir do mês de agosto, quando os preços do frango deram seus primeiros sinais de reversão.
Como efeito principal, o melhor preço obtido pelo frango abatido em 2023 foi registrado no quarto trimestre de 2023. Mesmo assim, com um valor médio apenas 4% superior ao do primeiro trimestre e ainda 7% inferior ao do quarto trimestre de 2022.
É cedo, ainda, para uma projeção do gênero. Mas há indícios de que, neste ano, o primeiro trimestre será aberto com um volume menor que o do trimestre anterior. Eventualmente, menor até que o do primeiro trimestre de 2023.
Aponta nessa direção, principalmente, o fato de o preço alcançado pelo frango abatido nos primeiros 30 dias de negócios de 2024 (isto é, de 2 de janeiro até ontem, 14 de fevereiro) se encontrar apenas 1,3% abaixo do registrado nos últimos 30 dias de negócios de 2023, momento de maior consumo do ano. Um ano atrás, em idêntico período, essa queda foi quase 10 vezes superior – de 11,11%.
Fonte: AviSite