Obviamente, como os preços de frango e milho variam diuturnamente, o poder de compra do avicultor também experimenta variações diárias.

Assim, por exemplo, em fevereiro corrente a capacidade de compra do frango vem sendo mais de 8% superior à de janeiro passado, pois enquanto o produto ainda experimenta ligeira valorização em relação a janeiro (não mais que 1%), o milho, principal matéria-prima do setor, enfrenta desvalorização que ultrapassa os 6%.

De toda forma é interessante observar que a despeito das agudas variações de preço registradas pelos dois produtos, a capacidade de compra do avicultor permanece em relativa estabilidade há quase 10 meses, ou seja, desde maio do ano passado.

Tomando como base março de 2023 observa-se que nesse período o preço do milho chegou a recuar quase 20% (R$52,65/saca em agosto/23), voltando a valorizar-se a seguir. Após nova desvalorização em janeiro passado, obtém em fevereiro valor médio (R$62,50/saca) 18% superior ao de agosto de 2023.

Já o frango, após alcançar em março do ano passado valor médio em torno de R$7,15/kg, viu seus preços despencarem quase continuamente até julho, ocasião em que chegou a registrar valor mais de 20% inferior ao de março. Voltou a reagir a partir daí, permanecendo em relativa estabilidade nos últimos quatro meses. Na preliminar de fevereiro e a despeito de estar em queda, alcança valor quase um terço superior à menor cotação de julho de 2023.

Pois frente a essas variações, o poder de compra do frango em relação ao milho tem permanecido numa faixa de estabilidade inobservada um ano atrás. Pois, desde maio do ano passado, a compra de uma saca de milho (60 kg) tem exigido do avicultor entre oito e dez quilogramas de frango, com média em torno de 8,6 kg.

É, não há dúvida, situação bem mais confortável que a observada um ano atrás. Em março de 2023, por exemplo, o avicultor chegou a necessitar de volume quase 50% maior que o atual para adquirir idêntico volume de milho – até 12 kg de frango para a mesma saca do grão.