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SP 470 ANOS: Riqueza dos cafezais no século XIX acelerou o desenvolvimento da maior metrópole do País

No aniversário da Cidade de São Paulo, parabéns ao cafezinho produzido nos campos do interior, que transformou a economia e os hábitos dos paulistanos.

Dia 25 de janeiro de 2024, data em que a cidade de São Paulo completa 470 anos e é considerada a maior e mais rica metrópole do País, com mais de 20 milhões de habitantes. Mas nem sempre foi assim. Durante os seus três primeiros séculos de história, a relevância de São Paulo era apenas regional: uma vila pouco populosa que contava com a agricultura de subsistência.

Foi em meados do século XIX, que São Paulo encontrou o caminho para a prosperidade econômica que tornaria a cidade uma metrópole cosmopolita, se tornando o mais importante centro financeiro da América Latina. E o responsável por esse salto, foi o ciclo do café.

A partir do cultivo e da comercialização do grão, a cidade conseguiu estabelecer indústrias, diversificar sua economia e formar um crescente mercado consumidor e de mão de obra, atingindo o protagonismo econômico e político nacional. Com a expansão de ferrovias para escoar o produto, instalação de companhias de seguro, bancos e até mesmo a criação de novas cidades no interior do Estado, a capital paulista passou a ser o ponto de negociação de café no Brasil e no mundo, transformando todos os âmbitos da vida paulistana.

Entre 1885 e 1939, mais de 2 milhões de imigrantes chegaram ao Estado, tornando a capital em uma cidade com muitos estrangeiros, principalmente italianos, portugueses, espanhóis e japoneses, segundo dados do Serviço de Imigração e Colonização. Mais populosa, a cidade aumentou sua força de trabalho.

A ascensão material de São Paulo, por meio da riqueza extraída dos cafezais pelas mãos de diferentes povos, muitas vezes foi representada pelas mansões dos “barões do café” ao longo da Avenida Paulista, pela construção de grandes edifícios e projetos urbanísticos e pela transformação artística e cultural paulista, por meio da influência dos estilos europeus – uma preferência das elites da época. “Os paulistanos passaram a viajar para França e trouxeram essa referência parisiense para a arquitetura de São Paulo”, afirma Alberto Amorim, coordenador da Assessoria Técnica da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo.

A cultura cafeeira marcou tanto São Paulo que edifícios e logradouros importantes do centro da cidade contam a história e preservam as memórias, como o Teatro Municipal, construído em 1911 e até hoje um dos cartões postais da cidade; a Estação da Luz e o edifício Martinelli, primeiro arranha-céu de SP, alguns exemplos do poder trazido pela cafeicultura paulista no início do século passado. “Até mesmo a Semana de Arte Moderna de 1922 recebeu dinheiro e patrocínio da riqueza gerada pelo café”, ressalta Amorim.

Foram cerca de 130 anos de desenvolvimento impulsionado pelo ciclo do café. O chamado Triângulo Histórico, no Centro de São Paulo, entre as ruas Direita, São Bento e 15 de Novembro estão os principais prédios históricos da cidade, e remontam aos tempos em que o café conduzia a economia nacional e paulista.

Mas o auge da cultura cafeeira no Estado chegou ao fim com a quebra da Bolsa em 1929, nos Estados Unidos, que eram os principais compradores do grão brasileiro. Foi a derrocada do setor. “Mas quando isso aconteceu, São Paulo já havia se tornado uma grande metrópole e a riqueza gerada pelo agronegócio perdura até os dias de hoje”, reflete Alberto Amorim.

Vale destacar que hoje, aproximadamente 24% do PIB nacional vem do agronegócio do Estado de São Paulo, que exportou valor recorde de US$ 166,6 bilhões em 2023. “E é na capital paulista que os grandes negócios que envolvem a produção agrícola do País são fechados. Além disso, temos no extremo Sul da capital, uma importante área de produção rural, com pequenos agricultores que vendem seus produtos nessa grande metrópole chamada São Paulo”, ressalta Guilherme Piai, secretário de Agricultura de São Paulo.

E apesar do grão não ser mais o principal produto do agro de SP, o café é a estrela das tradicionais “padocas” paulistanas, de onde saem diariamente milhões de xícaras desse líquido, o preferido dos paulistanos.

Fonte: Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo

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