O desempenho do frango abatido na terceira semana de 2024 – dias 14 a 20, passagem da primeira para a segunda quinzena – indica que o setor atuou previamente para adequar-se a este momento do ano: de baixo consumo por conta não só das férias de boa parte da população, mas em função, também, das obrigações financeiras do início de cada novo exercício (IPTU, IPVA, matrícula e material escolar etc.).
Pois só a prévia adequação – ou seja, alojamento e criação (a partir de meados de novembro) compatíveis com a demanda do período – explica o equilíbrio de mercado observado desde os primeiros dias do ano, sem as fortes baixas que, quase invariavelmente, têm caracterizado esse momento.
Demonstrando, em 2021, entre a semana que antecedeu o Natal e o final das três primeiras semanas de 2022, o preço do frango abatido recuou mais de 12%. Entre 2022 e 2023, mesmo período, a queda superou ligeiramente os 8%. Já em 2024 ela está sendo igual a “zero”, pois a cotação registrada ao fim da semana que passou foi a mesma (gráfico abaixo) alcançada dias antes do Natal. Isto sem contar que ocorreram novas altas nas duas últimas semanas de 2023, fato não observado no ano anterior, quando as baixas, praticamente contínuas, começaram muito antes do período de Festas.
Com tal desempenho, o preço médio das três primeiras semanas do ano permanece positivo em relação à média mensal de janeiro de 2023, apresentando incremento próximo de 2%. Já em relação ao mês anterior, dezembro de 2023, prevalece queda de 1,6% que, note-se, representa ocorrência rotineira, tanto que em nove dos últimos 10 anos a média de janeiro sempre foi inferior à do fechamento do ano anterior.
Oportuno acrescentar que a adequação da oferta vem sendo conseguida também (mas não de hoje) pela menor absorção do frango vivo ofertado no mercado independente. Não por menos, na semana que passou o produto disponibilizado no Estado de São Paulo perdeu em torno de 10 centavos de seu preço, sendo remunerado por, no máximo, R$5,10/kg. Com isto, subiu para 15 centavos a diferença a menos em relação a Minas Gerais, onde o mercado segue firme com o frango vivo cotado a R$5,25/kg.
Fonte: AviSite