A Moody’s Investors Service afirmou o rating de emissor da JBS S.A. em Baa3 na quinta-feira (19) mas reduziu a perspectiva para a classificação de estável para negativa, para refletir principalmente os resultados financeiros piores que o esperado da JBS USA nos últimos trimestres.
“A mudança da perspectiva para negativa reflete o desempenho financeiro mais fraco do que o esperado na JBS USA nos últimos três trimestres, mas também em outros segmentos relevantes, como Pilgrim’s Pride e Seara, que juntos representam cerca de 65% do Ebitda total no primeiro semestre de 2023”, disse a Moody’s em relatório.
O enfraquecimento do fluxo de caixa das operações levou a um aumento na alavancagem da companhia, medida por dívida/Ebitda (lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação) em 12 meses, de 2,5 vezes em 2021 e 2022 para 4,8 vezes em junho de 2023.
“Embora já haja indicações de uma recuperação nos negócios de carne de frango e suína nos Estados Unidos, é provável que leve mais tempo para a JBS atingir métricas proporcionais ao rating Baa3”, disse a Moody’s.
A agência de classificação de risco disse que o rating Baa3, apesar de pressionado pelas métricas de crédito atuais da JBS, continua a incorporar o tamanho da companhia, a fortaleza de suas operações globais como maior produtora mundial de proteína, e a diversificação dos negócios em várias proteínas, geografias e mercados.
“A JBS tem boa liquidez para cumprir suas obrigações financeiras e requisitos de gasto de capital, com cerca de US$ 2,8 bilhões em caixa ao final de 2023”, disse a Moody’s, acrescentando que a empresa está reduzindo o gasto de capital em 2023.
A redução nos gastos após completar a expansão da Seara deverá ajudar a sustentar um fluxo de caixa positivo em 2024 e maiores margens no mercado doméstico brasileiro, segundo a Moody’s.
Por Anna Flávia Rochas
Fonte: CarneTec Brasil