Analisando-se a curva de preços do frango abatido nos 12 meses transcorridos entre outubro de 2022 e setembro de 2023 observa-se que nos seis primeiros meses desse período ela apresentou evolução muito similar à de idêntico período anterior, com as baixas de final de ano estendendo-se até janeiro/fevereiro.

Mas em 2023, após os primeiros indícios de reversão (mês de março), como havia ocorrido um ano antes, a curva deu nova guinada para baixo, processo que se estendeu até o mês de julho. Isso fez o preço daquele mês corresponder, nominalmente, ao menor valor registrado em cerca de três anos, ou seja, ao período mais crítico da pandemia (meados de 2020, quando o mundo se encontrava praticamente paralisado).

Aparentemente, tal ocorrência não trouxe maiores transtornos ao setor porque, feliz e coincidentemente, a retração nos preços foi acompanhada de redução nos custos de produção. Porém, diante da intensidade dos decréscimos enfrentados, ficava claro ocorrer um descompasso entre produção e consumo.

A reativação dos preços no bimestre agosto/setembro sugere que a oferta foi melhor readequada às possibilidades de consumo, em sensível melhora nos últimos meses, mas ainda sofrendo restrições. Com isso, a diferença em relação ao mesmo mês do ano anterior, negativa desde abril passado, caiu em setembro ao menor nível dos últimos seis meses, ficando menos 13% abaixo do preço alcançado em setembro de 2022. Em julho, a queda anual havia superado os 27%.

Na média dos últimos 12 meses, o valor alcançado pelo frango abatido, próximo dos R$7,00/kg, se encontra cerca de 6,5% abaixo dos (perto de) R$7,50/kg registrados em idêntico período anterior.