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População de psilídeo em SP e MG é a maior da série histórica

Resistência do inseto é a principal causa; situação pode ser revertida com manejo adequado, que inclui a rotação dos modos de ação dos inseticidas

O cenário é alarmante e, para ser revertido, exige ação imediata e conjunta entre os citricultores de uma mesma microrregião. A população média de psilídeo Diaphorina citri, transmissor da bactéria que causa o greening, é a maior da série histórica: no primeiro semestre de 2023, as armadilhas contabilizadas pelo Fundecitrus capturaram 1,01 inseto por armadilha, contra 0,80 inseto por armadilha no primeiro semestre de 2022, um crescimento de 26,2%. O problema é que a população do ano passado já era recorde.

“São marcas preocupantes e perigosas, mas reversíveis. A população de psilídeo impacta diretamente a incidência do greening. Quando uma cresce, depois de seis a oito meses a outra também cresce. É uma relação diretamente proporcional’, diz o gerente-geral do Fundecitrus, Juliano Ayres.

Quais as causas

Vários fatores são responsáveis pelo aumento da população de psilídeo, mas os principais são a não rotação dos modos de ação dos inseticidas – o uso repetitivo de piretroides e neonicotinoides selecionou populações de psilídeo resistentes – e a baixa frequência de aplicação, sobretudo nos pomares adultos.

“A falta de rotação dos modos de ação dos inseticidas está trazendo problemas graves à citricultura, selecionando populações de psilídeo resistentes [que não morrem quando ao entrar em contato com esses produtos]. E a frequência inadequada vem permitindo que o psilídeo se reproduza nos pomares”, diz o engenheiro agrônomo do Fundecitrus, Ivaldo Sala.

O que fazer

É preciso recordar que a rotação dos modos de ação é premissa básica do manejo de pragas e doenças de qualquer cultura e não é uma exclusividade da citricultura. Nos locais onde estão apresentando baixa eficiência, os piretroides e neonicotinoides devem ser suprimidos temporariamente, até que essas populações resistentes sejam controladas por outros produtos.

Para o pesquisador do Fundecitrus Renato Bassanezi, os citricultores têm de (1) fazer a rotação dos modos de ação dos inseticidas, (2) aplicar com qualidade, cobrindo toda a planta, (3) ser rigorosos na frequência, para não permitir a reprodução do psilídeo nos pomares, impedindo que o inseto saia do pomar adulto e leve a doença para os pomares novos e (4) acompanhar as brotações, para que as aplicações estejam diretamente relacionadas com elas. “Agora, o fundamental de tudo é que os citricultores façam isso conjuntamente, todos juntos, como preza o manejo regional. Caso contrário, o psilídeo vai migrar de uma propriedade para outras propriedades”, afirma enfaticamente Bassanezi. “Não adianta nada um citricultor fazer e outro não”, completa.

 

Fonte: Fundecitrus

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