Compradores chineses estão atualmente carregando dezenas de navios com cerca de 750 mil toneladas de açúcar nos portos brasileiros, o primeiro grande movimento de importação do país asiático em 2023, segundo dados de embarque compilados pela Reuters.
A China é tradicionalmente o maior importador mundial de açúcar. Seus movimentos no mercado tendem a influenciar os preços de referência do açúcar bruto em Nova York.
O país tem estado muito quieto no mercado de importação em 2023. Dados fornecidos pela agência marítima Williams mostraram que a China carregou apenas 170 mil toneladas de açúcar no Brasil – o maior exportador mundial – no primeiro semestre, ante 1,35 milhão de toneladas no mesmo período do ano passado.
Analistas de commodities da Green Pool disseram em um relatório no início deste mês que os estoques de açúcar da China estavam baixos após sua longa ausência no mercado de importação.
De acordo com dados de embarque, a trading estatal Cofco International está realizando a maior parte dos negócios de exportação, tendo nomeado sete navios para carregar açúcar nos portos brasileiros, enquanto a trading Wilmar, de Singapura, nomeou seis navios.
Entre as outras tradings que carregam açúcar para a China no Brasil, estão Alvean, Sucden e Enerfo.
O analista independente de açúcar Claudiu Covrig estima que os compradores chineses fecharam um volume ainda maior de importações no total, principalmente do Brasil, já que o país costuma ser o único grande exportador do mercado no segundo semestre.
Ele estima que, ao todo, os negócios somem 3 milhões de toneladas, com carregamentos distribuídos de agora até dezembro.
Os compradores chineses teriam fechado a maioria dos negócios quando houve uma correção de baixa no mercado no mês passado.
Os preços do açúcar caíram para uma mínima de três meses no final de junho, depois de atingirem uma máxima de 11 anos no final de abril. Covrig disse que nenhum outro negócio foi relatado recentemente.
A expectativa do mercado é que o Brasil tenha uma safra de açúcar quase recorde em 2023/24, já que o clima tem sido positivo.
Por Marcelo Teixeira
Fonte: Reuters