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Preços de exportação de carne bovina seguem em queda por pressão chinesa

Os volumes de exportação de carne bovina brasileira têm se recuperado desde maio, mas os preços dos cortes exportados seguem em queda, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).

Nos seis primeiros dias úteis de junho, as exportações brasileiras de carne bovina in natura somaram 70,3 mil toneladas, com média diária de 11,72 mil toneladas. Em junho do ano passado, a média diária de exportações foi 7,3 mil toneladas.

“Se esse ritmo se mantiver até o final de junho, o volume exportado pode ultrapassar as 240 mil toneladas”, disse o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) em nota na quinta-feira (15).

O aumento nos embarques é, em parte, atribuído à retomada das compras da China. As vendas brasileiras para o país asiático ficaram suspensas por cerca de um mês, entre o fim de fevereiro e março, devido ao caso atípico de encefalopatia espongiforme bovina (EEB) identificado em um animal no Pará.

A recuperação nos volumes de exportações de carne bovina brasileira começou em maio. A China comprou 110,98 mil toneladas de carne bovina brasileira in natura no mês passado, 15,7% a mais que em maio de 2022 e a primeira vez que o volume ultrapassou 100 mil toneladas desde outubro do ano passado, segundo o Cepea.

Já os preços de exportação de carne bovina seguem em queda. Nas duas primeiras semanas de junho, o preço por tonelada do produto in natura brasileiro exportado foi US$ 5.144,5, comparado a US$ 6.826,3/tonelada no mesmo mês do ano passado.

A consultora de Mercado Pecuário da Agrifatto, Laura Rezende, disse que os preços estão aquém do esperado pelos exportadores brasileiros.

“A pressão que os importadores chineses vêm realizando sobre os preços, que se intensificou desde março deste ano, fez com que o dianteiro bovino, corte mais adquirido pelos mesmos, atingisse o menor patamar desde 2021, acumulando uma queda de mais de 30% em relação ao mesmo período do ano passado”, disse Rezende em comentário postado nas redes sociais da Agrifatto nesta semana.

A pressão chinesa sobre os preços de exportação também tem afetado exportadores uruguaios, argentinos e australianos, segundo a consultora.

Um aumento nos volumes de exportações brasileiras de carne bovina nos próximos meses poderá impulsionar preços, segundo análise da Consultoria Agro do Itaú BBA divulgada em relatório publicado na quarta-feira (14).

“Do lado das exportações, vemos uma perspectiva de aumento dos volumes, o que pode vir acompanhado de evolução no preço de embarque. Com isso, o spread da exportação tende a seguir melhor do que os meses anteriores, o que pode ajudar no preço pago pelo boi gordo”, disse o Itaú BBA.

A Secex divulgará dados atualizados sobre as exportações acumuladas do mês de junho na próxima segunda-feira (19).

 

Por Anna Flávia Rochas

Fonte: CarneTec Brasil

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