A sexta edição do AgriSummit, evento organizado pela Imagem Geosistemas – parceira da americana ESRI, líder em soluções de inteligência geográfica – foi realizado na última quinta-feira (25) com a proposta de demonstrar como os Sistemas de Informações Geográficas podem transformar o agronegócio, contribuindo com a pauta ESG, com o planejamento do setor, práticas de monitoramento e mitigação de riscos. Representantes das principais empresas do segmento se reuniram para entender, em um momento em que as práticas sustentáveis e a minimização de impactos estão cada vez mais em evidência, como a geotecnologia pode ser determinante para o agro.
Na abertura do evento, especialistas da Imagem Geosistemas, passaram aos ouvintes um overview sobre a empresa e seus mais de quatro mil clientes. Em seu discurso, Leandro Belo destacou que as operações da companhia têm o poder de impactar comunidades. “O agricultor brasileiro e as empresas do agro têm a missão de alimentar e fornecer os insumos necessários para o mundo. A Imagem acredita que, por meio do ArcGIS, pode ser um fator transformador nesse sentido, principalmente na pauta ESG“.
Na sequência, Thiago Almeida Prado, especialista em sensoriamento remoto, trouxe exemplo de aplicações do conteúdo geográfico oferecido pela tecnologia da Esri. Ele detalhou como a missão da empresa é trabalhar com ferramentas que possam sobrepor dados, detalhar análises e auxiliar os olhos humanos na visualização de resultados: “somos seres limitados, do ponto de vista de sensores, por isso a gente recorre a sistemas que sejam capazes de nos ajudar nisso, nessa visualização”.
Ainda pela manhã, Gabriel Balta dos Reis, coordenador técnico da Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso do Sul (AproSoja/MS), apresentou o Sistema de Informação Geográfica do Agronegócio (SIGA MS), criado pela Associação e que atualmente envolve 79 municípios do Mato Grosso do Sul. A ferramenta, desenvolvida para monitorar lavouras desde 2009, hoje atende 2870 produtores de soja e monitora 3589 propriedades, com uma média de 618 propriedades acompanhadas por safra de soja e milho. O especialista detalhou como, na safra de soja 2021/2022, foram monitorados pelo SIGA 20417km de plantio. Além de monitorar e analisar safras e culturas, o sistema é um aliado também no monitoramento de pragas e plantas daninhas. Os municípios são monitorados duas vezes ao ano, no verão e no inverno, para avaliação e mapeamento de viabilidade logística, produção, metas estaduais, dentre outros.
Trazendo o tema “Uso de Geotecnologias no Monitoramento de Operações Florestais e Minimização de Impactos nas Comunidades”, Clewerson Frederico Scheraiber falou em nome da Klabin – líder no brasil na produção de cartões, embalagens de papelão ondulado e sacos industriais. “Nosso propósito é ser uma companhia responsável que atende às principais transformações da sociedade, contribuindo para uma economia sustentável“, comentou. O especialista destacou, também, o desafio de fazer uma gestão que permita visualizar o todo de forma sustentável em pleno momento de expansão. Traçando uma linha do tempo da evolução do uso da tecnologia, Scheraiber contou que o monitoramento por imagem de satélite trouxe mais segurança para a operação, desde o início em 2015. Para ele, o futuro une o ArcGIS às tecnologias como inteligência artificial e machine learning.
Por meio do processamento de dados, a Klabin gerou informações para antecipar impactos das atividades nas comunidades. Pensando em questões sociais, ambientais, de mobilidade e outros pontos relevantes para a companhia, a Klabin buscou integrar as principais plataformas com suas melhores expertises em uma única solução. O resultado disso foi uma rede de colaboração, mais tecnologia no dia a dia, segurança da informação, agilidade e, principalmente, boas práticas ambientais e sociais.
Na parte da tarde, a abertura foi sobre a “Inovação a quatro mãos e sustentabilidade”, com o especialista da Imagem Geosistemas Vitor Zanetti. Ele explicou sobre o EGIA, tecnologia de alta capacidade de processamento de dados que é uma verdadeira fábrica de gêmeos digitais. “A ideia é trazer para dentro de um sistema robusto a realidade terrestre e o maior número possível de informações”, explica. Segundo o especialista, a replicação do mundo real permite a criação de novas estratégias ligadas também ao ESG. Muito se fala sobre o E, ou o meio ambiente, mas e o S e o G da sigla? Precisamos pensar nesses pontos também e é isso que buscamos com o EGIA”, completou.
Em seguida, Jeanderlon Veiga, da Bracell, detalhou o monitoramento de carbono nas fazendas da companhia. Veiga explicou que esse levantamento permite monitorar florestas, usar a tecnologia para otimização do trabalho de campo, disponibilidade de informações e capacidade de torná-las mais auditáveis. Segundo o especialista, a tecnologia da Esri é essencial para monitorar os estágios das áreas de floresta nativa para calcular o estoque de carbono de forma rápida, assertiva e em larga escala. “Utilizando o geoprocessamento para sensoriamento remoto, conseguimos fazer um monitoramento da vegetação nativa periodicamente, temos uma ferramenta interativa auditável, aumento do rendimento operacional, entre outros benefícios que estão de acordo com a missão da Bracell, em busca de um trabalho mais sustentável”.
O cientista de dados da Usina São Martinho, Rafael Monteiro, destacou o uso do ArcGIS para atingir as metas ESG da companhia e que as prioridades hoje na empresa são: Pessoas, meio ambiente, gestão e tecnologia. O especialista reforçou que o trabalho de campo é essencial, mas que é preciso contar com soluções que auxiliem na análise dos dados coletados. No mesmo caminho, Kelen Karla Moreira, da Cenibra, falou sobre o uso do ArcGIS como ferramenta de sustentabilidade no planejamento de operações florestais. Kelen detalhou a redefinição de atividades e processos para a incorporação de práticas ESG, com cruzamento e análise de dados sociais, ambientais e operacionais. “O entendimento do território de atuação é fundamental para avaliação do impacto socioambiental das operações florestais“, destacou.
A última apresentação dos casos de sucesso da tarde foi sobre o trabalho de mitigação de riscos desenvolvido pela agtech Vega, do Grupo Imagem, para a Bayer. Com o objetivo de mitigar riscos e promover a rastreabilidade, a Vega está auxiliando diversas empresas por meio da plataforma LYRA. Desenvolvida especialmente para a Bayer, a Solução GeoData Bayer tem como base o monitoramento das Cédulas de Produto Rural (CPRs) da companhia. “A tecnologia permite a análise de risco socioambiental, a análise de imóveis rurais e pessoas de forma conjunta, além de gerar categorias de risco para a carteira de clientes. Um dos diferenciais é a estimativa de produtividade, em que a plataforma emite alertas para que os técnicos possam fazer a checagem diretamente no campo“, explica Ricardo Huffel, da Vega.
Para Jean Araújo, da Bayer, o sistema favorece, de forma inteligente, a verificação de áreas que estão em alerta. “A solução foi premiada como Bayer Best Solution, sendo considerado o melhor projeto do mundo da Bayer na área de finanças. Hoje, é utilizado como referência para expandir para outros segmentos da empresa e em outros locais“, diz.
Para encerrar a programação do AgriSummit 2023, os cases apresentados ao longo do evento receberam o “prêmio de excelência no uso do GIS impulsionando as metas ESG no agronegócio”, com destaque para AproSoja, Klabin, Bracell, São Martinho, Cenibra e Bayer.
Fonte: Assessoria