Um dos dois meses mais longos do ano em termos de dias úteis (ao lado de agosto, 23 dias úteis), março propiciou resultado excepcional na exportação de carne de frango: 484.177 toneladas embarcadas, volume 37% superior ao registrado no mês anterior e 100 mil toneladas a mais (+26%) que no mesmo mês do ano passado. Mas… qual é o real significado disso?
Nesse desempenho estão contidos pelo menos quatro novos recordes:
- Melhor média diária de todos os tempos;
- Maior volume embarcado em um mês de março;
- Maior volume mensal já exportado em todos os tempos;
- Maior volume já embarcado em um trimestre.
Obviamente, tudo parte da média diária exportada que, em março, superou as 21 mil toneladas, aumentando 7,21% em relação a fevereiro (19 dias úteis) e mais de um quinto (20,45%) em relação a março de 2022 (22 dias úteis). Foi a melhor média diária mensal registrada na história das exportações, ultrapassando as 20.738 toneladas/dia registradas um ano atrás, em abril de 2022.
Em termos de terceiro mês do ano, o recorde anterior foi registrado em março do ano passado, ocasião em que foram embarcadas 384.503 toneladas de carne de frango in natura. Pois esse recorde acaba de ser batido de forma significativa, pois o adicional de 100 mil toneladas corresponde a volume mais de um quarto superior ao de março de 2022.
Até aqui, os embarques mensais do produto in natura haviam chegado às 400 mil toneladas em apenas duas ocasiões: em maio do ano passado, quando foram exportadas 400.759 toneladas. E em julho de 2018, quando a SECEX computou exportações de 438.563 toneladas. Porém, tudo indica que este recorde tenha sido apenas contábil, resultante de “sobras” do mês anterior (em junho de 2018 o volume divulgado correspondeu à metade do que seria apontado para julho). Na realidade, pois, o recorde efetivo foi registrado em maio do ano passado. Está sendo superado agora por volume mais de 20% superior.
Com o bom resultado de março, o total exportado nos três primeiros meses do ano soma 1,226 milhão de toneladas, superando em quase 18% o que foi embarcado no mesmo trimestre do ano passado. Trata-se, igualmente, de novo recorde. Não apenas em relação ao primeiro trimestre, mas em relação também aos demais trimestres (demais recordes trimestrais: 1,188 milhão/t no 2º trimestre de 2022; 1,142 milhão/t no 3º trimestre de 2018; 1,063 milhão/t no 4º trimestre de 2021).
Naturalmente, todos esses resultados são reflexo do fato de o Brasil permanecer como o único dos grandes exportadores a não registrar caso de Influenza Aviária. Porém, tal status ainda não se refletiu no preço do produto, pois o valor registrado em março – US$1.862,74/t – recuou 1,31% em relação a fevereiro, superando em apenas 2,2% o que foi alcançado há um ano, no mesmo mês.
De toda forma, isso não teve grande interferência na receita cambial: pela primeira vez ela superou os US$900 milhões (foram, exatamente, US$901,897 milhões), portanto, um novo recorde, que supera em cerca de 2,5% os pouco mais de US$880 milhões de junho do ano passado.
Não é jogar um balde de água fria, mas será difícil repetir esse desempenho em abril corrente. É que estamos no mês mais curto do ano, com apenas 18 dias úteis. Quer dizer: mesmo mantido o bom desempenho diário de março, o total do mês irá ficar aquém das 400 mil toneladas.
Fonte: AviSite