Para a pesquisadora e diretora-substituta do Instituto Agronômico (IAC-APTA), da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA), vinculados à Secretaria de Agricultura do Estado de São Paulo, Regina Célia de Matos Pires, é fundamental haver uma data para a conscientização das mudanças climáticas. “Vivenciamos as consequências dessas mudanças climáticas no nosso dia a dia e elas geram reflexos na agricultura. Vários estudos do IAC e de outras instituições têm mostrado o aumento da frequência de eventos climáticos extremos”, comenta.
A cientista explica que é observada nas pesquisas a ocorrência de extremos climáticos, como de temperaturas muito elevadas ou baixas associada à ocorrência de períodos de seca intensa e/ou longa.
No IAC, estudos desenvolvidos sob coordenação do pesquisador Gabriel Blain verificaram o atraso no início das precipitações na estação chuvosa em várias regiões no Estado de São Paulo. Nesse cenário também há a ocorrência de chuvas intensas e frequentes em grandes volumes, o que acarreta problemas para a sociedade nas áreas urbanas e rurais. Estudos envolvendo dados registrados em longos períodos mostram tendência de aumento dos eventos extremos climáticos, como temperatura do ar, por exemplo.
Para contribuir no enfrentamento desses desafios, o IAC mantém pesquisas com melhoramento genético de plantas. Neste programa, um dos objetivos é mitigar os efeitos climáticos extremos, como por exemplo, imprimir características para maior resistência à deficiência hídrica.
As pesquisas visam desenvolver cultivares que apresentem maior eficiência no uso da água, além de definir estratégias para o uso racional da água na agricultura irrigada. “O propósito é contribuir para a produtividade com sustentabilidade. Avaliamos e indicamos materiais genéticos com maior resistência à deficiência hídrica, bem como aqueles com melhor desempenho sob disponibilidade hídrica”, comenta.
Segundo Regina, do ponto de vista hídrico, é fundamental cuidar do monitoramento do clima e da água na agricultura irrigada, adotando o uso racional.
O IAC faz indicações para os diferentes cenários e condições edafoclimáticas de cultivo. Essas pesquisas são fundamentais para o desenvolvimento agrícola porque geram tecnologias que se contrapõem a esses desafios.
“Recorremos a imagens para monitorar o crescimento das plantas e o estado hídrico das culturas, além das condições de solo em busca de estratégias para manejo e ferramentas para tomada de decisão”, explica.
O IAC também trabalha com tecnologias envolvendo a redução de gases de efeito estufa, buscando sustentabilidade e fontes de suprimentos para as plantas de modo a contribuir para sustentabilidade ambiental.
Por Carla Gomes
Fonte: Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo