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Frango, ovo, milho e inflação: no mês, ano, 12 meses e na vigência do Real

Não chega a ser fato inédito, mas é raro: considerada a paridade de preços observada por ocasião da implantação do Real (agosto/1994 = 100), em fevereiro passado o ovo registrou variação de preço superior à do frango vivo.

A última vez em que isso ocorreu foi em abril de 2020 quando, em decorrência do isolamento social imposto pela pandemia, o ovo tornou-se o prato de sustentação dos brasileiros. Então, frente a uma evolução acumulada de 386% no preço do frango, a do ovo chegou a 440% – diferença, a mais, de 54 pontos percentuais.

Agora a diferença é ligeiramente menor, de 40 pontos. Pois, com a estagnação enfrentada desde o início do ano, o frango vivo chegou a fevereiro acumulando, no Real, variação de 716%, enquanto o incremento no preço do ovo chega a, quase, 757%.

Os dois produtos, porém, permanecem distantes da inflação acumulada no período (aqui referenciada pelo IGP-DI da Fundação Getúlio Vargas), bem como do preço do milho, principal matéria-prima do setor. Este, por exemplo, se encontra cerca de 350 pontos percentuais à frente do frango e pouco mais de 300 pontos percentuais à frente do ovo.

Em outras palavras, as significativas variações (para cima e para baixo) apresentadas pelo frango, pelo ovo e pelo milho em um mês, um ano ou na média dos últimos 12 meses perdem todo seu sentido frente às variações acumuladas mês após mês na vigência do Real.

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