Os dados do CEPEA apontaram para o meio da última semana (dia 22) um inusitado R$8,21/kg para o frango abatido resfriado, maior valor nominal já registrado pelo produto.
Parece um resultado equivocado, pois no dia seguinte (23) os preços retornaram ao mesmo valor de dois dias antes. Além disso, alta do gênero (13% a mais que no dia anterior) teria algum reflexo nos preços do produto congelado, o que não ocorreu, visto que o produto prosseguiu com preços descendentes.
Desconsiderando, pois, o ponto fora da curva, pode-se dizer que na quarta semana de março, 12ª de 2023, o frango abatido apresentou, em relação à época do mês (terceiro decêndio), desempenho melhor que o de ocasiões anteriores, pois, embora enfrentando as baixas típicas do período, viu seus preços médios recuarem apenas 0,58% em relação à semana anterior, o que, de certa forma, indica estabilidade – desempenho raro em se tratando de uma segunda quinzena.
É verdade que, fato também raro, não houve pico de preço no mês (eles permanecem praticamente no mesmo patamar desde o início do mês). Como também é verdade que permanece, neste ano, grande distância em comparação ao desempenho de um ano atrás. Mas é preciso convir que esse é, quase, o comportamento padrão de toda Quaresma, quadro neste ano agravado pela interrupção (agora equacionada) das exportações de carne bovina para a China e vários outros países.
Ainda assim, não há como ignorar que, doravante, o frango abatido deve operar com preços inferiores aos de um ano atrás. E, tudo indica, esse é um desafio que deve permanecer por meses. Desafio – explica-se – porque os custos não recuaram na mesma proporção. Se é que recuaram…
Sob cenário tão frágil, o frango vivo permanece sem qualquer reação. Tanto em São Paulo (dados de mercado) quanto em Minas Gerais (dados da AVIMIG) continua sendo negociado por, no máximo, R$5,00/kg. Entre os mineiros, há quase 90 dias; entre os paulistas, há pouco mais de duas semanas.
Fonte: AviSite