Sindicarne-PR alerta para a crise na indústria de abate de bovinos no Paraná

A recente paralisação das operações de uma das maiores plantas de abate de bovinos no Norte do Paraná, no dia 10 de janeiro, com a perda de centenas de postos de trabalho, motivou o Sindicarne-PR a dirigir um documento ao Governador do Estado no dia 20 de janeiro pedindo apoio urgente ao setor.

O fechamento da empresa, segundo o Sindicarne-PR, “é um reflexo amargo da crise instalada no setor industrial da carne bovina nos últimos anos, gerada pela combinação de uma extensa lista de fatores negativos: aumento de custos, fuga de matéria-prima para outros estados, desidratação do consumo interno, além da perspectiva sombria de aumento da carga tributária”, aponta o documento.

Segundo a entidade, “o cenário mercadológico da carne bovina paranaense já era adverso quando ocorreu o reconhecimento do estado do Paraná como Área Livre de Febre Aftosa sem Vacinação e a consequente imposição de medidas sanitárias restritivas à entrada de animais provenientes de outros estados onde a vacinação continua sendo adotada. Este quadro abalou fortemente a dinâmica da cadeia pecuária bovina estadual, gerando crescentes dificuldades e prejuízos aos frigoríficos paranaenses”.

Não bastasse esse quadro, há perspectiva de uma oneração ainda maior do setor com o início da cobrança do Funrep, a partir de março de 2023. Se tal cobrança realmente vier a ocorrer, poderá significar um golpe fatal para muitas empresas do setor no Paraná.

O cenário tem prejudicado inclusive as empresas exportadoras, fazendo a participação do Paraná nas externas de carne bovina e derivados cair de 1,8% em 2019 para 0,8% em 2022.

Para garantir a formação de escalas de abate e cumprir seus compromissos contratuais, os frigoríficos paranaenses foram obrigados a assumir um ônus logístico adicional exorbitante na busca de animais para abate a milhares de quilômetros, nos estados de Rondônia e Acre, que possuem o mesmo status sanitário.

Mesmo assim, o volume de abates dos frigoríficos paranaenses com SIF recuou drasticamente, de 835 mil cabeças em 2019 para 795 mil cabeças em 2020 e 695 mil cabeças em 2021, uma queda de 17% em apenas dois anos.

Vale dizer que até cinco anos atrás o abate com SIF de bovinos no Paraná passava rotineiramente de um milhão de cabeças/ano.

Fonte: Portal DBO

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