A quinta-feira (19) foi de realização de lucros e liquidação de fundos para o complexo soja na Bolsa de Chicago, com grão, farelo e óleo encerrando o dia com baixas consideráveis no pregão de hoje. Os futuros da soja cederam entre 9,75 e 11,25 pontos nos principais vencimentos, levando o março a US$ 15,14 e o maio a US$ 15,11 por bushel. No farelo e no óleo, perdas de mais de 1%.
Segundo explicou o analista de mercado Marcos Araújo, da Agrinvest Commodities, a notícia que, primeiramente, pesou sobre as cotações foi a de melhora nas condições climáticas na Argentina, com algumas chuvas sendo esperadas para os próximos dias, com o acumulado podendo chegar aos 100 mm, de acordo com alguns modelos.
A entrada da China no feriado do Ano Novo Lunar também fez com que alguns operadores antecipassem sua saída do mercado, uma vez que a a nação asiática está coberta em 80% para fevereiro e março, e em 35% para abril. “E isso, motivado também com a redução da margem do suinocultor chinês”, explica Araújo.
Mais do que isso, o analista também destaca que as margens de esmagamento das indústrias chinesas de maio a julho se mostram negativas neste momento, fator que também exerce pressão sobre os derivados.
“A China não está com pressa, está comprando da mão para a boca, aguardando a entrada da safra brasileira, uma vez que o ritmo das compras na América do Sul está muito lento, os produtores estão pouco vendidos e isso pode fazer com que os preços fiquem pressionados com uma sobre-oferta, combinado com um aumento de custo logístico sazonal”, detalha.
Ainda assim, apesar dessa possível continuidade das baixas, Araújo afirma que não se trata de uma tendência, já que a safra da América do Sul ainda não está consolidada.
As atenções do produtor brasileiro, portanto, deverão se dar não só sobre a demanda para exportação, mas também na demanda interna, que deverá ser aquecida e dar melhores condições de negócios. “No cenário para o sojicultor brasileiro, a indústria nacional tem poder de compra melhor do que uma trading exportadora”, explica o analista.
No entanto, é preciso saber qual será o papel efetivo da Argentina no cenário dos derivados e como ficará sua competitividade em relação ao Brasil.
A oferta menor de óleo de palma, com a Indonésia e a Malásia contendo um pouco mais suas exportações para atender a uma demanda interna maior, dão suporte aos preços, enquanto uma oferta maior do óleo de girassol pelo Leste Europeu pesa sobre as cotações.
Na entrevista no vídeo acima, Marcos Araújo dá exemplos importantes para estratégias de comercialização que podem ser adequadas aos mais diferentes tipos de gestão.
Fonte: Notícias Agrícolas