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Brasil se prepara para alcançar topo do mercado de algodão

Unindo sustentabilidade, tecnologia e qualidade, o algodão brasileiro vem se mostrando altamente competitivo, ganhando cada vez mais força entre os compradores internacionais.

A Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) e a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), por meio do Projeto Setorial Cotton Brazil, realizaram diversas ações nos últimos anos que ajudaram a desenvolver novos mercados e reforçaram a imagem de um algodão responsável no comércio exterior.

Segundo dados da Abrapa, o Brasil ocupa a segunda posição do ranking das exportações, fornecendo 20% de todo o algodão exportado no mundo. É o sétimo maior setor de saída do agronegócio brasileiro em termos de valor: foram cerca de 1,68 mil toneladas de pluma exportadas no ano comercial de 2021/22, gerando uma receita de US$ 3,2 bilhões.

Além disso, o mercado asiático importa 99% da produção brasileira, com China (27%), Vietnã (16%), Turquia (13%) e Bangladesh (12%) sendo os principais destinos, seguidos do Paquistão, Indonésia, Malásia, Coreia do Sul, Índia e Tailândia.

Investimento em pesquisa de ponta não falta para tornar a cotonicultura brasileira a melhor do mundo. “Através de pesquisa, tecnologia, genética, manejo de campo e equipamentos de verificação laboratoriais precisos, a cada ano temos melhorado a nossa qualidade. Hoje podemos dizer que somos compatíveis com os melhores algodões do mundo, com produção em larga escala”, explica o diretor de relações internacionais da Abrapa, Marcelo Duarte.

Cotton Brazil

Junto com a Abrapa, a ApexBrasil executa o Cotton Brazil, programa que promove o algodão brasileiro internacionalmente e apoia as produtoras algodoeiras a alcançarem mercados estrangeiros. Dados da Agência apontam que as exportações do setor alcançaram US$ 3,4 milhões até novembro de 2022, um crescimento de 15% ao mesmo período do ano passado. Mais de 70% desse valor de exportação foi de empresas apoiadas pelo Projeto.

Para fortalecer o relacionamento com o mercado prioritário, o projeto ganhou um escritório de representação em Singapura, coordenado por Duarte. Já foram executadas ações de networking, parcerias institucionais, convênios comerciais entre o Brasil e países deste mercado, tais como China e Índia, eventos híbridos e missões comerciais.

Somente em 2022, foram realizadas três missões prospectivas de produtores aos países importadores e uma missão de visita de compradores a fazendas, laboratórios e algodoeiras brasileiras. A analista da gerência de agronegócio da ApexBrasil, Rafaela Albuquerque, destaca que a instalação do escritório do Projeto in loco foi fundamental para o estreitamento das relações comerciais com os países asiáticos e para o fortalecimento da imagem internacional do setor.

Para o diretor da Abrapa, “não seria possível ter um projeto tão robusto e tão abrangente sem a participação da agência”. Esta parceria chancelou o reconhecimento do produto perante representantes no exterior e clientes estrangeiros.

“Até duas décadas atrás, o Brasil era o principal importador de algodão, mas com o investimento em inovação e otimização da produtividade, aliado a uma robusta estratégia de promoção internacional, o Brasil caminha para a liderança nas exportações do setor”, frisa Rafaela.

Segundo a analista, o Brasil ganhou uma escala significativa de produção com a rotatividade de safras, viabilizando uma cultura que atende aos mais altos padrões de sustentabilidade demandados de forma crescente pelo mercado mundial.

Selo de sustentabilidade

Em 2012, a Abrapa desenvolveu uma iniciativa para certificar o algodão brasileiro atendendo às diretrizes internacionais de sustentabilidade. Trata-se do programa Algodão Brasileiro Responsável (ABR), que permite a rastreabilidade da origem do produto através da tecnologia de Blockchain, uma tecnologia que funciona como uma grande rede de dados atrelados uns aos outros que garantem confiabilidade ao usuário por trazer transparência sobre a produção.

Isso permite ao consumidor um fácil acesso ao conhecimento do processo completo, desde o plantio do algodão certificado até a venda do produto final, por meio da leitura de um QR Code em uma etiqueta “SouABR”.

100% dos fardos exportados pelo Brasil podem ser rastreados via código de barras ou QR Code. A prática já vem sendo utilizada no setor alimentício, mas no setor de moda, a iniciativa do SouABR é pioneira no mundo.

De acordo com a Associação, o Brasil é o maior fornecedor mundial de algodão Better Cotton Initiative (BCI), certificação internacional de referência na cadeia produtiva mundial do algodão, representando 42% da oferta mundial. Várias marcas brasileiras relevantes, como Renner, Reserva e Youcom, têm adotado nas etiquetas de alguns produtos o QR Code com a rastreabilidade do algodão.

O objetivo do Projeto-R é que, até 2030, o Brasil se torne o maior exportador do mundo de algodão levando sustentabilidade, rastreabilidade e qualidade para o mercado internacional.

Fonte: Canal Rural com informações de Agência Safras

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