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Brasil aumenta embarques ‘atípicos’ de soja para a Argentina

Maior exportador mundial de farelo de soja, a Argentina aumentou a sua importação de… soja. De acordo com a agência de notícias Reuters, o país tem feito movimentação “atípica” com o Brasil, ampliando, assim, a sua importação da oleaginosa.

Isso ocorre porque, conforme relatado pela Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) e a consultoria AgRural, os argentinos estão em momento de entressafra. E para não sofrer danos, ainda mais de compromissos internacionais em relação à entrega de farelo de soja, acertou a compra de 200 a 300 mil toneladas da soja em grão — volume a ser entregue em fevereiro e março.

“Acontece que os preços do farelo estão muito altos, as margens de esmagamento vão pra cima, aí permite este tipo de operação”, afirmou, em entrevista à Reuters, Fernando Muraro, analista da AgRural. Em Rosário, uma das regiões produtivas da Argentina, o mercado de esmagamento da soja (ou seja, processo de transformar o grão em farelo) está valorizado, com US$ 30 por tonelada. No início do ano passado, a margem estava em cerca de US$ 15.

Para a Anec, a importação atípica de soja brasileira pela Argentina também é motivada pelo programa chamado de “dólar da soja”. A partir do programa implementado no ano passado, produtores argentinos foram motivados a ampliar as exportações.

Movimentação de longo prazo?

Em contato com o site argentino Agrofy News, um produtor argentino ressaltou, além de tudo, a estiagem que tem sido enfrentada pelo país. No entanto, ele, que não teve o nome revelado, acredita que a importação de soja do Brasil pela Argentina não seguirá por muito tempo.

“O mercado está vazio de estoque comercial e as fábricas precisam de soja a partir de fevereiro”, disse o produtor argentino. “Então a importação temporária vai compensar a escassez argentina, ainda mais na estiagem”, prosseguiu.

Soja, Brasil, Argentina e China

A negociação entre Brasil e Argentina na parte da soja pautou o comentário de Miguel Daoud para o ‘Mercado & Companhia’ desta segunda-feira (16) (vídeo acima). De acordo com ele, os argentinos perceberam a necessidade de se importar o grão vindo do Brasil para, por outro lado, manter aquecido o mercado de exportação de farelo de soja — sobretudo para a China.

Fonte: Canal Rural

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