Os dados e previsões que a CONAB divulgou na semana passada sugerem que, no tocante ao abastecimento de milho, 2022 deve terminar pouco melhor do que começou. Pois o ano foi aberto com o menor estoque inicial dos últimos cinco anos (7,782 milhões de toneladas) e tende a ser encerrado (e, portanto, iniciar 2023) com volume cerca de 9% maior. Isto, claro, se as exportações não chegarem – como sugerem alguns analistas – aos 40 milhões de toneladas.
Em relação à produção para o próximo ano, a CONAB, em sua primeira estimativa de safra, apontou volume próximo de 127 milhões de toneladas, 12,5% a mais que em 2022 e novo recorde no setor. O detalhe, neste caso, é que o volume previsto para a primeira safra é inferior a 25% do total. Ou seja: mais de três quartos do volume esperado deve vir da segunda safra, extremamente dependente do “bom comportamento” do tempo.
Frente ao aumento apontado para a produção, está sendo prevista queda de mais de 20% na importação, o que, mesmo assim, deve garantir um suprimento total quase 12% superior ao do corrente exercício, ou mais de 35% maior que o do ano passado.
O consumo interno, prevê a CONAB, deve aumentar pouco mais de 6%, ficando ligeiramente aquém da expansão média do último quinquênio, próxima de 7% ao ano. E como as exportações vêm sendo estimadas em 45 milhões de toneladas (quase 22% a mais que o previsto para este ano), o estoque final de 2023 pode superar ligeiramente os 10 milhões de toneladas, volume que irá corresponde a um aumento de, praticamente, 20% sobre o estoque de encerramento de 2022.
Fonte: AviSite